2011-11-23 11:58:44

Cacique executado em MS: a indignação do bispo de Dourados


Dourados (RV) - Após a invasão de um grupo de cerca de 40 pessoas no acampamento de índios Kaiowá-Guarani, em Amambaí, Mato Grosso do Sul, e a execução do cacique Nísio Gomes, 59 anos, a comunidade está em estado de choque. Devido ao nervosismo, ainda não se sabe se além de Nísio, outros indígenas foram mortos. Outros dois jovens e uma criança teriam sido sequestrados pelo grupo.

Após o ataque, cerca de dez indígenas permaneciam ainda no acampamento. Os demais fugiram pela mata. Na comunidade, vivem cerca de 60 Kaiowá-Guarani.

Amambai se localiza no território da diocese de Dourados, e seu bispo, Dom Redovino Rizzardo, emitiu uma nota na qual afirma se sentir “frustrado e revoltado” com o “bárbaro” ataque ao grupo indígena. Segundo Dom Redovino, não se descarta a possibilidade de haver outras vítimas do ataque. “A ação dos criminosos foi respaldada por uma dezena de caminhonetes, fato que revela de onde e por quem foi perpetrado o crime”, denunciou o bispo.

Leia abaixo o manifesto de Dom Redovino Rizzardo:

“É com sentimentos de frustração e de revolta que tomamos conhecimento de mais um bárbaro ataque perpetrado contra um grupo de índios Kaiowá-Guarani, em Amambai, território da Diocese de Dourados. De acordo com os órgãos de informação, o ataque foi perpetrado por 42 pistoleiros encapuzados e fortemente armados. Seu alvo principal foi o cacique Nísio Gomes, de 59 anos, que acabou executado a tiros.

Não se descarta a possibilidade de haver outras vítimas, já que os assassinos levaram dois jovens e uma criança junto com o corpo do cacique assassinado.

A ação dos criminosos foi respaldada por uma dezena de caminhonetes, fato que revela de onde e por quem foi perpetrado o crime.

Ao mesmo tempo em que lamenta profundamente o novo ataque perpetrado contra os povos indígenas, a Igreja Católica presente na Diocese de Dourados renova seu pedido às autoridades civis, judiciárias e militares para que, de uma vez por todas, recorram a todos os meios para pôr fim uma situação que a todos nos envergonha e oprime, e pede perdão às vítimas de tamanha injustiça e violência, cometida, provavelmente, por pessoas que se dizem cristãs...”.

Dourados, 18 de novembro de 2011

Dom Redovino Rizzardo, cs
Bispo diocesano de Dourados








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