Ahmedabad (RV) - “O martírio de irmã Valsa é um sinal de alerta para todo o
país e um desafio para a Igreja na Índia”: foi o que disse o Diretor do Centro para
a justiça e a paz Prashant de Ahmedabad, o jesuíta Padre Cedric Prakash, comentando
o assassinato na semana passada da religiosa das Irmãs da Caridade de Jesus e Maria.
Irmã Valsa, que dedicou a sua vida aos povos da região de Dhumka, foi assassinada
por um grupo de 40 homens.
As Associações leigas e cristãs da Índia definem
uma “vergonha nacional” que a “ligação profunda entre as poderosas empresas de carvão
e a máquina do Estado tenha custado a vida preciosa de uma mulher que estava trabalhando
para assegurar os direitos fundamentais dos marginalizados”.
“As lobby das
mineradoras de carvão – explicou à AsiaNews, Padre Prakash – tornaram-se cada vez
mais poderosas. A ligação com a polícia e políticos é vergonhosa”. O religioso elogiou
depois o compromisso da religiosa em favor dos mais fracos: “O cristianismo, aqui,
deve ser vivido com clareza ao lado dos pobres, dos marginalizados, dos oprimidos
e dos explorados. A Igreja deve apoiá-los de modo prático na sua luta por uma sociedade
mais équa, justa e humana”.
O jesuíta, enfim, citou a Encíclica de Bento XVI,
Caritas in Veritate: “O amor-caritas é uma força extraordinária, que impulsiona as
pessoas a se comprometerem com coragem e generosidade no campo da justiça e da paz.
É uma força que tem a sua origem em Deus, Amor eterno e Verdade absoluta”. Para esclarecer
o assassinato da irmã Valsa, algumas associações de povos autóctones assinaram um
comunicado conjunto: pedem a abertura de uma investigação sobre prováveis ligações
entre o homicídio e as ameaças de morte que a religiosa tinha recebido da máfia do
carvão. (SP)