Cidade do Vaticano (RV) - O Evangelho da solenidade
deste domingo é o das bênçãos e das maldições que estão em Mateus, trecho também conhecido
como Juízo Final.
O texto celebra a vitória da justiça ocorrida na ressurreição
de Jesus e no momento em que o Senhor é declarado rei para sempre. A justiça, a verdade
e a paz serão eternas.
Depois de uma vida sobre a terra, depois do anúncio
feito por Jesus de que Deus é nosso Pai e de que todos os habitantes da terra são
irmãos, depois do Mestre ter anunciado a vocação de fraternidade e de ter promulgado
as bem-aventuranças, depois do Senhor ter lavado os pés dos discípulos, depois do
Redentor ter morrido na cruz e ressuscitado, depois do Ressuscitado ter feito o envio
de seus apóstolos a anunciarem o Evangelho, pregarem a conversão e o batismo, todos
aqueles que responderam sim aos apelos amorosos de Deus, apesar do enfretamento a
diversas dificuldades, serão acolhidos na Casa do Pai.
Como podemos apreender
da atitude de Jesus, o Homem por excelência, o que conta para ser acolhido na felicidade
eterna é e será sempre nossa atitude não apenas de solidariedade, mas de fraternidade,
ou seja, um passo a mais no relacionamento com o outro. Ele não é apenas alguém com
quem divido o pão, o teto e os sentimentos, mas é alguém que tenho como da mesma família,
da mesma origem, a quem estou unido por laços de afeto.
No Livro de Ezequiel,
1ª leitura de hoje, Deus se apresenta como o Pastor, aquele que procura a ovelha perdida,
reconduz a extraviada, cura a ferida, fortalece a doente e alimenta todas.
Esse
discurso é dirigido aos judeus que estão procurando se recuperar da destruição feita
pelo poder babilônico e esse mesmo povo se encontra agora oprimido também por judeus
mais espertos que não têm escrúpulos de explorar seus compatriotas. Esse discurso
é o alento de Deus aos pobres e aos oprimidos.
No Evangelho, Mateus nos diz
que as obras de misericórdia são a resposta que Deus espera de nós em meio a uma situação
de desgraças e infelicidades. É com pessoas que as praticam que o Senhor se identifica.
O
amor a Deus está intimamente ligado ao amor ao próximo. A verdadeira religião leva
ao outro.
A vida de alguém será considerada bem sucedida não pelos filhos
que tenha gerado, nem pelos títulos acadêmicos que possa ter obtido, e muito menos
pela riqueza que possuir. Uma vida realizada será assim considerada por Deus se a
pessoa lutou por um mundo justo e fraterno, se empregou seu tempo, seus conhecimentos,
sua saúde para eliminar situações em que seus irmãos se sentiam marginalizados e se
não foram nem cúmplices e nem coniventes com as opressões.
Cristo é Rei e Senhor
porque na luta contra o mal venceu a tentação do acúmulo, da abundância e do prestígio. (CAS)