O encontro do Papa com as crianças

Cotonou (RV) - Não há dúvida de que o momento até agora mais comovente desta visita do Papa ao Benin foi o encontro com as crianças no Foyer "Paz e Alegria" das Irmãs de Madre Teresa, e na adjacente Paróquia de Santa Rita.

As irmãs de Madre Teresa estão no Benin há 26 anos, onde têm três casas mantidas por 16 religiosas de várias nacionalidades. Cuidam de crianças abandonadas, mal nutridas, doentes, uns cinquenta ao todo, atualmente de 0 a 5 anos. Mas, acompanham também famílias pobres, partilhando com elas o que têm. As crianças abandonadas são depois adotadas no Benin e noutros partes do mundo. Do significado da visita do Papa falou-nos poucos antes, a Superiora regional, Irmã Graciase:

"Jesus ama os pobres, as crianças que aqui temos são das mais pobres da sociedade… É o Papa aqui nas vestes de Cristo e veio cá ver as criancinhas, porque como Jesus dizia: os anjinhos estão pertos do Pai. Então para nós é uma é uma espécie de apoio e encorajamento, quer dizer que a Igreja está conosco. O mesmo para Santa Rita, a nossa Paróquia. Aliás, aqui nos chamam irmãs de Santa Rita (risos) porque estamos aqui no complexo das estruturas da paróquia… e quando descobrem que somos de Madre Teresa…. Portanto, a visita do Papa é também uma bênção, um sinal de que Deus continua a olhar para nós. Tomamos esta visita como uma graça, estamos muito contentes com a ocasião."

Uma ocasião, portanto, de encorajamento para as irmãs e para quantos lidam com crianças a darem-lhes cada vez mais amor, chave do sucesso desta nobre missão.

"O que mais as crianças precisam é o amor. Por vezes, recebem nas famílias tratamentos que perturbam todo o seu crescimento psicológico. Mas quando são tratadas com amor e compreensão, tornam-se si próprias. É, portanto, uma grande alegria, vê-las aqui crescer como crianças normais, livres de se exprimir. Por isso, encorajamos outras pessoas a fazer o mesmo, que as crianças sintam que não estão numa prisão. Levamo-las à escola com outras crianças, tomam os transportes… São tão livres que muitos não imaginam que são crianças desta casa… Então dizia, o Papa vem, mas as crianças não as podemos ter completamente sob controlo, são crianças, devem estar com naturalidade. O importante é dar-lhes amor… É isto que fazemos e quando vêm uma irmã correm logo para ela, porque sabem que são aceitas."

Para o encontro com o Papa na Paróquia de Santa Rita, foram selecionadas 5 crianças de cada escola católica do País. Uma delas era uma criança nascida numa prisão do interior do Benin e tomada pelas irmãs Marcelinas. Hoje esta criança que viveu os primeiros dois anos da sua vida na prisão, já tem seis anos e sabe ler e escrever.

De Cotonou para a Rádio Vaticano, D. Araújo.