O concerto em Cotonou sobre paz e reconciliação, e o significado da passagem do Papa
por Ouidah
(19/11/2011) A enviada da Rádio Vaticano Dulce Araujo fala do significado da passagem
do Papa Bento XVI por Ajudá e do concerto de ontem á noite em Cotonou sobre paz e
reconciliação para levar a todo o povo africano a mensagem do II assembleia especial
do sínodo dos bispos para a África 00:05:52:15 Musica …. Momentos do
concerto sobre a paz e reconciliação no Estádio René Pleven que encerrou o primeiro
dia da visita do Papa ao Benin. Promovido pela Rádio Vaticano (em colaboração com
TV do Benin) o concerto foi o ponto culminante duma caminhada tendente a levar a mensagem
do Sínodo dos Bispos para a África numa linguagem musical o todo o povo africano –
disse P. Federico Lombardi, explicando que o Papa estava ali simbolicamente entre
os milhares de jovens que assistiam ao concerto… “Temos o Papa simbolicamente
connosco esta noite. Não está fisicamente, mas deu-nos um sinal da sua presença –
um presente que recebeu, do grande artista africano, ganês, El Anatsui – um tecido
feito com bocadinhos de garrafas de plástico ligados entre si com fio de cobre, arte
pobre, mas mostra que com pouco a criatividade artística africana pode fazer grandes
obras. A mesma coisa podemos fazer com a musica, levar com os artistas uma mensagem
de beleza, alegria, reconciliação, justiça e paz. Então continuemos este serão juntos,
todos juntos, a cantar a paz pelo futuro da Africa. Obrigada” . Para além
dos três grandes artistas, Bonga, Papa Wemba, Fifito, o concerto contou com diversos
grupos locais, que entusiasmaram, todos, o publico, tendo o concerto concluído numa
apoteose… MUSICA…. Nesta jornada central e intensa da visita do Papa ao Benin,
à África, a cidade de Ouidah, ocupou um lugar central. Ouidah. Entre os séculos XVII
e XIX foi a porta de saída de milhares e milhares de africanos de toda a região do
Golfo da Guiné escravizados e levados para o novo mundo para enriquecer a Europa e
as Américas. Um trajecto denominado a Rota do Escravo recorda a última etapa que,
depois de percorrer a pé mais de 100 km, aqueles homens, mulheres e crianças escravizados
faziam até serem embarcados nas naus negreiras: da praça das vendas, até à Porta do
Não Regresso, passando pela Árvore do Esquecimento ao memorial, mais recente da Árvore
do Regresso, pois o espírito não se deixa aprisionar e volta, tudo nesse percurso
recorda o drama vivido pelos filhos deste continente com a escravatura. Filomeno Lopes,
aliás Fifito, para alem do concerto foi também visitar Ouidah… MUSICA… INSERTO
Filomeno Ouidah é também o simbolo da integração, onde descendentes de negreiros
e escravos vivem em perfeita harmonia. Culturas e religiões diferentes convivem lado
a lado. O templo do Voudoun encontram-se face a face com a Basilica da Imaculada para
cuja construção em 1909 adeptos da RTA contribuíram muito. Ouidah é também a porta
por onde entrou o Evangelho em 1861 - jubileu dos 150 anos no centro desta visita
papal. Uma Porta da Redenção foi ali construída pela Igreja no Benin no ano 2000,
para recordar a o evento positivo da Evangelização. E Ouidah colocou neste sábado
uma outra pedra angular, positiva, na sua historia: a assinatura ali na Basilica,
pelo Papa, de “Africae Munus” sobre justiça, paz e reconciliação” Mais ainda,
Ouidah é também lugar do importante seminário regional San Gall, onde repousa o cardeal
Gantin, e onde o Papa encontrou os consagrados e seminaristas. Para eles esta visita
de Bento XVI é um encorajamento na caminhada para o sacerdócio e sobretudo saber que
o sacerdote será sempre necessário na sociedade independentemente das ideologias vigentes.
De Cotonou para RV –Dulce Araujo …