2011-11-19 13:31:17

Bento XVI visita cidade costeira de Ajudá, que acolheu os primeiros missionários católicos e lembra cardeal Gantin, primeiro africano com cargos de presidência na Cúria Romana


(19/11/2011) Durante a manhã deste sábado Bento XVI visitou o túmulo do cardeal Bernardin Gantin (1922-2008), onde rezou em silencia, lembrando um amigo pessoal e o primeiro africano a presidir a um dicastério da Cúria Romana.
Após um percurso de 40 quilómetros, acompanhado junto à estrada por milhares de pessoas ao som de tambores e cantos tradicionais, o Papa chegou ao seminário Saint Gall, onde estudam neste momento 140 candidatos ao sacerdócio do Benim e do Togo.
Aos presentes, Bento XVI lembrou como um “filho ilustre” do Benim o cardeal Gantin, arcebispo de Cotonou entre 1960 e 1971, ano em que foi chamado por Paulo VI para Roma.
Ao longo de duas décadas, o cardeal africano – cujo apelido significa ‘árvore de ferro’ - presidiu aos Conselhos Pontifícios Justiça e Paz e ‘Cor Unum’, bem como à Congregação para os Bispos, tendo sido ainda decano do colégio cardinalício entre 1993 e 2002, cargo no qual foi substituído pelo então cardeal Joseph Ratzinger, hoje Bento XVI.
No discurso proferido no seminário, Bento XVI recordou aos padres “responsabilidade de promover a paz, a justiça e a reconciliação”, temas centrais na exortação apostólica pós-sinodal que o próprio estava para assinar esta manhã, em Ajudá, cidade costeira que viu chegar os primeiros missionários católicos e onde ainda hoje se conserva a fortaleza portuguesa de São João Baptista.
O Papa pediu-lhes que deixem transparecer Cristo, nas suas vidas, em comunhão com o próprio bispo, numa atitude de “bondade real” com os irmãos no sacerdócio e com “grande atenção a cada pessoa”.
Aos religiosos e religiosas, Bento XVI evocou o sentido dos conselhos evangélicos, no “seguimento radical de Jesus”. “Que a vossa escolha incondicional de Cristo vos conduz a um amor sem fronteiras pelo próximo” – exortou.
Aos seminaristas, o Santo Padre recordou que, “sem a lógica da santidade, o ministério não passa duma simples função social”. “Perante os desafios da existência humana (acrescentou), o sacerdote de hoje e de sempre – se quiser ser uma testemunha credível ao serviço da paz, da justiça e da reconciliação – deve ser um homem humilde e equilibrado, sábio e magnânimo”. E concluiu com uma nota pessoal:
“Com a minha experiência de 60 anos de vida sacerdotal, posso confiar-vos, queridos seminaristas, que nunca vos arrependereis dos tesouros intelectuais, espirituais e pastorais que tiverdes acumulado durante a vossa formação.”
Uma última palavra, reservou-a o Papa aos leigos, “chamados a ser o sal da terra e a luz do mundo no coração das realidades diárias da vida”, vivendo a fé e a esperança no seio das próprias famílias, fazendo reinar aí o amor e o perdão.

(discurso integral em Viagens Apostolicas)









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