2011-11-17 12:24:06

Benin: país pobre mas de grande riqueza humana. Entrevista com missionária


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Cotonou (RV) - A Congregação das Irmãs Marcelinas, fundada em 1838 na Itália e presente no Brasil desde 1912, possui uma missão no Benin: na aldeia de GloYekon, a 30 Km de Cotonou.

As religiosas atuam no âmbito da educação, cultura e assistência social como instrumentos de promoção, defesa e proteção da infância, adolescência, juventude e adultos. Em várias partes do mundo, desenvolve suas atividades por meio de colégios, faculdades, hospitais, obras assistenciais, asilos, creches, educação popular e catequese paroquial.

A Congregação está presente na Itália, França, Brasil, Inglaterra, Suíça, Canadá, México, Albânia, Estados Unidos e Benin, sempre contando com o apoio de leigos para a realização de sua missão.

Nossa colega Dulce Araújo é correspondente para a RV. Ela entrevistou a Irmã Clarice Baseggio, da Congregação das Irmãs de Santa Marcelina. Proveniente de Santa Catarina, a religiosa trabalha há 6 anos no Benin, e descreve a realidade das aldeias do país:

“Nas aldeias aqui do Benin, quanto mais ao norte se vai, mais crescem a pobreza e a miséria. A falta de água, a falta de energia elétrica e a agricultura são muito pobres por causa da falta de chuva. As pessoas são verdadeiramente pobres. Alimentam-se de farinha de mandioca. Nós procuramos alimentar as crianças. Este ano, temos 265 crianças na escola. Recebemos ajuda principalmente do Canadá, mas também da Itália e do Brasil, para alimentar estas crianças”.

Irmã, portanto, há muita pobreza devido ao clima e à falta de chuva... mas qual é a riqueza deste povo?

“Este povo é verdadeiramente rico, porque são ainda pessoas primitivas, não foram ainda contagiadas pela maldade do mundo, pelas drogas, pelos maus exemplos que muitas vezes a TV passa. Existe ainda aquela cultura da educação, do respeito, da humildade. Eles são muito inteligentes, são abertos à mensagem de Deus que nós queremos passar e à mensagem da cultura também. Não é um trabalho difícil, as pessoas são abertas a receber nossa mensagem”.
Com a senhora explica que haja tanta pobreza num continente que se diz que é rico? Como é possível que o Benin, esteja ainda neste estado de pobreza?

“Eu acredito que a primeira razão é o analfabetismo. As pessoas vão pouco à escola. Se você for a uma aldeia, você encontra 80, 90% das pessoas analfabetas. Então, elas cultivam a terra ainda com a enxada, com a foice; não têm trator, não existe mecanização para fazer a terra produzir mais facilmente. Também há falta de chuvas: só chove duas vezes por ano: entre maio e julho, chove bastante, mas depois, de dezembro a abril, não chove. Então a terra é seca, não produz nada”.
(DA/CM)








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