Benin: história, população e presença da Igreja Católica
Cotonou (RV) - O Benin, onde o Santo Padre Bento XVI realizará sua 22a viagem
apostólica de 18 a 20 de para a assinatura e a publicação da Exortação Apostólica
pós-sinodal da Segunda Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a África, é um
dos menores países do continente africano, oito vezes menor que seu vizinho a leste,
a Nigéria, mas o dobro que seu vizinho a oeste, o Togo.
A capital constitucional
é a cidade de Porto-Novo, mas Cotonou é a sede do governo e a maior cidade do país.
Benin tem 112.622 km2 e uma população de 9,3 milhões de habitantes (dado atualizado
em 2009, fonte Banco Mundial).
Antiga colônia francesa, o país alcançou a
independência em 1º de agosto de 1960, com o nome de República de Daomé. Em 1975 o
país adotou o atual nome de Benin, em razão da baía que o banha na costa sul.
História
O
território onde Benim se localiza era ocupado no período pré-colonial por reinos separados,
dos quais o mais poderoso foi o reinado Fon de Daomé. No entanto, o Reino do Benim
foi igualmente grande na região, e suas tradições e arte são mantidas ainda hoje também
na vizinha Nigéria.
A partir do século XVII, os portugueses estabeleceram entrepostos
no litoral, conhecido então como Costa dos Escravos. Os negros capturados eram vendidos
no Brasil e no Caribe. No século XIX, a França, em campanha para abolir o comércio
de escravos, entrou em guerra com reinos locais. Em 1892, o reinado Fon foi subjugado
e o país se tornou protetorado francês, com o nome de Daomé. Em 1904 integrou-se à
África Ocidental Francesa. O domínio colonial encerrou-se em 1960, e o primeiro presidente
foi Hubert Maga. A partir de 1963, o país mergulhou na instabilidade política, com
seis sucessivos golpes militares.
Em 1972, um grupo de oficiais subalternos
tomou o poder e instituiu um regime esquerdista, liderado pelo major Mathieu Kérékou,
que governou até 1990. Fundou-se então a República Popular do Benim. Kérékou nacionalizou
companhias estrangeiras, estatizou empresas privadas de grande porte e criou programas
populares de saúde e educação. A doutrina oficial do Estado era o marxismo-leninismo,
mas a agricultura e o comércio permaneceram em mãos privadas.
Em 1975, o país
passou a se chamar Benim. O regime político entrou em crise na década de 80 e o governo
começou a recorrer a empréstimos estrangeiros. Uma onda de protestos, em 1989, levou
Kérékou a promover uma abertura política e econômica.
Com a instituição do
pluripartidarismo, surgiram mais de 50 partidos. Nicéphore Soglo, chefe do governo
de transição formado em 1990, foi eleito presidente em 1991. Em 1996, perdeu as eleições
para Kérékou, que governou até abril de 2006, quando decidiu não concorrer novamente,
sendo substituído por Yayi Boni.
Em relação à economia, 60% da população dependem
da agricultura. Os principais cultivos são mandioca, feijão, batata-doce, milho, arroz
e principalmente algodão, a principal fonte de entradas estrangeiras no país.
Convivem
no Benin cerca de 40 grupos étnicos, o maior dos quais é o Fon, com o qual metade
dos habitantes se identifica. Outros grupos menores são os Yoruba, os Somba, os Beriba.
Cada um tem o seu próprio dialeto. A língua oficial é o francês, usado sobretudo na
cidades.
Religião
Segundo o Censo de 2002, 27,1% da população do Benim
é católica romana, 24,4% é muçulmana, 17.3% pratica vodu, 5% é celestial cristã, 3,2%
metodista, 7,5% segue outras denominações cristãs, 6% outros grupos religiosos tradicionais
locais, 1,9% outros grupos religiosos, e 6,5% reivindicam não ter filiação religiosa.
Quanto
à Igreja Católica, existem no Benin 10 circunscrições eclesiásticas, 338 paróquias
e 801 centros pastorais, aos quais se dedicam 11 bispos, 811 sacerdotes, 1.386 religiosos
e religiosas, 30 membros leigos de Institutos seculares e 11.251 catequistas. Os seminaristas
menores são 308 e os maiores 497. 57.771 estudantes frequentam instituições católicas,
de escolas maternais a universidades. Há ainda 12 hospitais, 64 postos de saúde, 3
leprosários, 7 casas para idosos ou portadores de deficiências, 41 orfanatos e asilos
para crianças, 3 consultórios de assistência familiar pertencentes à Igreja ou administradas
por sacerdotes ou religiosos. (CM)