2011-11-15 11:37:11

Sinais de abertura democrática em Mianmar


Yangun (RV) – Há sinais de abertura e novas brechas de democracia em Mianmar, mas não obstante os progressos, “o processo de reformas exclui, inexplicavelmente, as minorias étnicas: esta exclusão determina uma alta conflitualidade e uma grave carência na pacificação do país” – observa uma fonte da agência Fides na comunidade cristã birmanesa. Novas esperanças para o futuro democrático provêm da notícia de que a líder da oposição, Aung San Suu Kyi, poderia se candidatar nas próximas eleições: uma modificação na lei vigente relativa aos partidos políticos, já aprovada pelo Presidente Thein Sein, abre o caminho ao retorno oficial ao cenário político da “Liga Nacional pela Democracia”, partido de Aung San Suu Kyi.

Segundo a fonte da Fides, “é uma notícia positiva” e “a comunidade internacional também pode saudar as reformas em Mianmar com cauto otimismo”. No entanto, numerosas Organizações Não-Governamentais, como a "Act for Peace", que faz parte de um Consórcio de associações humanitárias engajadas na assistência aos refugiados no confim entre Tailândia e Mianmar, garantem que “o pulso de ferro militar contra as minorias étnicas prossegue, com grande sofrimento e a desapropriação de milhares de pessoas”.

No ano passado, segundo um Relatório do Consórcio de ONGs enviado à agência Fides, “registrou-se um número de desalojados maior em relação ao total dos últimos 10 anos: mais de 100 povoados de minorias étnicas foram destruídos em operações militares e pelo menos 112 mil pessoas foram obrigadas a fugir, principalmente em áreas habitadas pelas minorias karen, shan e kachin”. A fonte da Fides explica: “Uma das principais causas do reinício da guerra foi a recusa, de alguns grupos étnicos, em se transformarem em ‘forças de polícia de fronteira’: o exército fez esta proposta com a idéia de controlar e desativar os grupos armados.

Por outro lado, os grupos pretendiam garantias que não lhes foram dadas. As negociações foram assim, interrompidas, e o conflito recomeçou asperamente, como o que está ocorrendo agora no norte do país, contra o povo kachin”. “Os militares – conclui a fonte – terão ainda voz poderosa no presente e no futuro do país. A comunidade internacional não deve subestimar as minorias étnicas. Além da situação dos ativistas políticos detidos, urge uma constante atenção para a questão das minorias étnicas e para a necessidade de reconciliação no país: só então poderá se ver algum progresso real”. (SP)








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