General Santos City (RV) - O Diretor do jornal de Mindanao "Brigada News",
Alfredo Velarde, foi morto domingo em General Santos City por um homem que atirou
nele a queima roupa. Velrade, 45 anos, administrava a distribuição do jornal numa
editora enraizada e difundida em Mindanao, que também tem uma rádio e uma televisão
no sul das Filipinas. Desconhecidos os motivos do homicídio que as associações para
os direitos humanos estigmatizaram como “outra execução extra-judicial em Mindanao”.
Eram também de General Santos 14 dos 32 jornalistas e profissionais da mídia mortos
no massacre de 23 de novembro de 2009, ligados ao clã "Ampatuan".
A lista
de homicídios impunes em Mindanao inclui advogados, ativistas de direitos humanos,
missionários, religiosos e sindicalistas: dentre os últimos o missionário do PIME
Pe. Fausto Tentorio, morto a tiros em 17 de outubro passado. O jesuíta, Padre Alejo,
Diretor do Instituto para o "Diálogo em Mindanao" na Universidade de Davao, disse
à agência Fides “Vivemos um momento muito difícil. Estamos muito preocupados porque
existe uma grande falta de respeito pelo Estado de Direito e pelas forças que deveriam
aplicá-lo. Parece que o Governo se esqueceu de Mindanao e a situação piora: corrupção,
impunidade e criminalidade tomam conta, a paz e o desenvolvimento se distanciam”.
Segundo o jesuíta, são vários os fatores que afetam a situação: “O processo
de paz com grupos comunistas e com os rebeldes islâmicos foi interrompido e a posição
do Governo parece ser a militar; há uma tendência a se dividir em facções, tanto no
Governo quanto nos tais grupos, e a fragmentação não ajuda; está florescendo uma espécie
de economia paralela que encontra benefícios no elevado índice de conflito e que diz
respeito ao tráfico de armas e a tráficos de outros tipos”. O Movimento “Justiça para
Padre Tentorio” levou ao conhecimento da opinião pública a questão do longo rastro
de homicídios extrajudiciais nas Filipinas.
No ano passado, sob o Governo
de Benigno Aquino, foram pelo menos 60. Nos oito anos de Governo de Gloria Arroyo,
foram encontradas 1.118 vítimas de execuções sumárias. (SP)