Bento XVI sobre as células estaminais embrionárias : nenhuma promessa de saúde vale
a destruição de uma vida humana
(12/11/2011) Quem persegue a investigação sobre células estaminais embrionárias destruindo-as
em nome do progresso da medicina, comete uma grave violação do direito á vida de cada
ser humano. É a afirmação angular do discurso que Bento XVI dirigiu na manhã deste
sábado recebendo em audiência no Vaticano os participantes na conferencia internacional
centrada no estudo das células estaminais adultas. A sua utilização, pelo contrario,
afirmou o Papa, não levanta problemas éticos e permite á ciência estar realmente ao
serviço do bem da humanidade. Uma certa investigação cientifica não desejaria ter
barreiras éticas, em nome da promessa de uma melhor saúde que diz poder oferecer -
promessa certamente de grande impacto publico – mas também em nome dos notáveis lucros
privados que tal pesquisa promete. A Igreja que considera a vida um dom sagrado de
Deus, recusou sempre esta mentalidade porque, afirmou o Papa na manhã deste sábado,
o progresso sem regras tem custos humanos inaceitáveis. A investigação sobre as células
estaminais embrionárias e aquela sobre células estaminais adultas delineia de maneira
nítida esta diversidade de visão sobre a qual Bento XVI voltou a pronunciar-se. Antes
de mais salientou a beleza da ciência enquanto capacidade do engenho humano de explorar
as maravilhas do universo, a complexidade da natureza e a beleza peculiar da vida,
inclusive da vida humana. Contudo objectou: A partir do momento que os seres humanos
estão dotados de alma imortal e são criados á imagem e semelhança de Deus, existem
dimensões da existência humana que se encontram além dos limites daquilo que as ciências
naturais são competentes a determinar. Se tais limites são violados, existe o risco
serio de a dignidade única e inviolável da vida humana poder ser subordinada a considerações
meramente utilitaristas. A mentalidade pragmática que muitas vezes influencia as
decisões no mundo de hoje - salientou Bento XVI – está pronta e até de mais a usar
todos os meios disponíveis para atingir o fim desejado, não obstante a ampla prova
das consequências desastrosas induzidas por tal pensamento.
A pesquisa sobre
as células estaminais adultas –salientou depois o Papa – respeita os limites éticos
e é imagem de uma ciência que pode dar um contributo verdadeiramente notável para
a promoção e a salvaguarda da dignidade do homem. Por isso também os progressos neste
sector, afirmou o Papa, podem considerar-se muito consideráveis visto que a possibilidade
de cura das doenças degenerativas crónicas não é feito em prejuízo dos embriões
humanos mas, utilizando tecidos de um organismo adulto, o sangue do cordão umbilical
no momento do nascimento, ou tecidos de fetos mortos de morte natural. O melhoramento
que tais terapias prometem constituir um passo em frente na ciência medica, dando
novas esperanças aos doentes e ás suas famílias . Por esse motivo a Igreja oferece
naturalmente o seu encorajamento aqueles que se encontram empenhados a efectuar e
sustentar a pesquisa deste tipo, sempre com a condição de que seja efectuada no respeito
pelo bem integral da pessoa humana e do bem comum da sociedade. Daí deriva, acrescentou,
que o diálogo entre ciência e ética é da máxima importancia para garantir que os progressos
da medicina não se obtenham ao preço de custos humanos inaceitáveis. E depois, para
além de considerações puramente éticas, existem - acrescentou Bento XVI – questões
de natureza social, económica e politica que devem ser enfrentadas para garantir que
os progressos da ciência medica caminhem de pari e passo com uma justa e equa disponibilidade
de serviços de saúde.
A Igreja não pensa apenas no nascituro, mas também naqueles
que não têm um acesso fácil a curas medicas custosas. A doença não faz excepção de
pessoas e é justo que todos os esforços sejam envidados para colocar os frutos da
pesquisa cientifica á disposição de todos aqueles que daí receberão beneficio, independentemente
dos seus meios