Meca (RV) - As autoridades da Arábia Saudita estão em estado de alerta este
ano com o início da primeira peregrinação a Meca desde a chamada “Primavera Árabe”,
que já registrou a queda de três ditaduras no Oriente Médio e Norte da África, e revoltas
em mais alguns países. Durante o mês em que os muçulmanos procuram cumprir a sua obrigação
religiosa de visitar Meca esperam-se cerca de 2 milhões e meio de peregrinos.
As
autoridades sauditas costumam controlar todo o processo de forma meticulosa, desde
o pedido de vistos de entrada à organização dentro da cidade e dos pontos de peregrinação,
mas este ano estarão particularmente atentos a qualquer ponto de protesto que possa
pôr em causa o regime e a segurança dos fiéis.
A Arábia Saudita é uma monarquia
absolutista que quer evitar ao máximo qualquer contágio do fervor que derrubou os
regimes tunisiano, egípcio e líbio. Contudo, milhares de fiéis destes mesmos países,
muitos ainda entusiasmados com as revoluções, estarão em Meca e certamente transmitirão
os seus sentimentos a correligionários de outros países. Outro ponto de preocupação
é o Irã.
O regime saudita e Teerã, dois rivais regionais, estão com as relações
particularmente tensas desde que os Estados Unidos anunciaram ter descoberto um plano
iraniano para assassinar o embaixador saudita em Washington. (SP)