Arcebispo de Palmas: "melhorar a qualidade das vocações"
Cidade
do Vaticano (RV) - Bento XVI celebrou as vésperas pelo início do Ano acadêmico
das Universidades Pontifícias e por ocasião dos 70 anos da Pontifícia Obra para as
Vocações Sacerdotais, na última sexta-feira, dia 4, na Basílica de São Pedro.
Na
festa litúrgica de São Carlos Borromeo, protetor dos seminários, o Papa propôs algumas
reflexões sobre o ministério sacerdotal, pedindo ao santo que interceda pelo despertar,
a boa formação e o crescimento das vocações ao presbitério.
Estavam presentes
na vigília de oração os participantes do Simpósio que teve como tema "Eu escolhi vocês'.
Sacerdotes para o nosso tempo".
O Arcebispo de Palmas (TO), Dom Pedro Brito
Guimarães, convidado para o congresso, explicou à RV a sua importância:
“As
Conferências Episcopais do mundo todo foram convidadas para participar deste encontro
sobre os 70 anos das Obras das Vocações Sacerdotais. Na verdade, este organismo deveria
cuidar das vocações do ponto de vista da oração, da reflexão e da ajuda econômica.
Com o crescimento dos países, a realidade diferenciada, esta Obra perdeu um pouco
seu elã, até por que cada país e cada região criaram um organismo específico para
disso. Eu vim em nome da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada,
da qual sou Presidente. Foram convidados todos os presidentes para este momento, que
tem como tema “Eu escolhi vocês. Sacerdotes para o novo tempo”, sobretudo pensando
no drama que a Igreja está vivendo, não só do ponto de vista das vocações sacerdotais,
mas também da diminuição de cristãos no mundo, a crise desse mundo secular, desta
dificuldade de se crer em Jesus Cristo; aumenta cada vez mais o número de outras religiões,
de seitas, de Igrejas Evangélicas, e nós estamos ‘patinando’ neste mundo. Creio que
este congresso seja para termos mais argumentos para fortalecer nossas convicções,
nosso trabalho nas bases, nas dioceses, nos estados e nas nações”.
Dom Pedro
falou também sobre a situação em sua arquidiocese:
“Nós ainda não estamos numa
crise como em outras partes do mundo. Estamos ainda até bem, do ponto de vista das
vocações. Evidentemente, não podemos ficar pensando somente em nós. As vocações são
para a Igreja, e aonde existe Igreja sem vocações, nós nos preocupamos. O Brasil ainda
é uma reserva neste campo. Sentimos que estão diminuindo cada vez mais, mas nós estamos
começando a pensar no que fazer. Não estamos de braços cruzados. Queremos cada vez
mais não só aumentar o número de vocações, mas a qualidade delas. As vocações hoje
devem ter um qualitativo diferenciado dos padres de 100 anos atrás, no que se refere
ao estilo de vida. Hoje, há a exigência de uma nova postura e uma nova compostura.
Então, no Tocantins, estamos trabalhando para manter nosso seminário, para dar uma
formação consequente. Ainda não temos as vocações de que precisamos, mas temos vocações
razoáveis. E no Brasil todo estamos tentando organizar uma Pastoral Vocacional, articulando
bem, para não termos que correr atrás do prejuízo. Temos que estar à altura dos acontecimentos,
dentro da tessitura do mundo, estar presentes no mundo. Nosso projeto é exatamente
este: não correr atrás do prejuízo, mas caminhar de acordo com as necessidades do
mundo e as realidades das vocações”. (CM)