Aliança CIDSE: G20 ignorou questões mais importantes
Bruxelas (RV) - A CIDSE, aliança internacional de agências católicas de desenvolvimento,
se disse satisfeita com o apoio expresso pelos membros do G20 a um imposto sobre transações
financeiras, mas por outro lado, lamentou que o encontro tenha produzido “poucos resultados
concretos”.
“A cimeira do G20 em Cannes, dominada pela profunda crise do Euro,
produziu poucos resultados concretos e ignorou, de modo geral, as prementes questões
do desenvolvimento” – frisa o comunicado da organização publicado em seu site: cidse.org.
A
rede CIDSE engloba 16 Ongs da Europa e dos EUA inspiradas em valores cristãos e voltadas
a promover justiça e solidariedade. Possui também parceiros na África, Ásia e América
Latina.
Para o Presidente, Chris Bain, “um imposto global sobre transações
financeiras pode ser um caminho para estabilizar o sistema financeiro e financiar
a luta contra a pobreza e as mudanças climáticas. Esperamos que os líderes do G20
que até agora se negaram a apreciar o seu potencial e urgência também apóiem o imposto”.
Bernd
Nilles, secretário-geral da CIDSE, é categórico: “Os líderes do G20 deveriam ter feito
muito mais para promover uma reforma financeira e econômica global. Somente com uma
reforma robusta se podem prevenir crises semelhantes no futuro e abrir caminho para
um desenvolvimento sustentável” - assinala.
A aliança destaca o apoio ao imposto
sobre transações financeiras (ITF) manifestado por África do Sul, Argentina ou Brasil:
“Como uma bola de neve, o apoio parece crescer cada vez mais. Devemos avançar para
que este imposto se transforme em realidade” - indica o comunicado.
O Grupo
dos 20 (ou G20) é um grupo formado pelos ministros de finanças e chefes dos bancos
centrais das 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia. Foi criado em 1999,
após as sucessivas crises financeiras da década de 1990, para favorecer a negociação
internacional. Sua última cúpula se realizou em Cannes, na França, nos dias 3 e 4
de novembro. (CM)