2011-11-05 14:38:40

Editorial: confirmação de uma nação católica


Cidade do Vaticano (RV) - RealAudioMP3 O Papa Bento XVI recebeu na última segunda-feira, dia 31 de outubro, em audiência, o novo Embaixador do Brasil junto à Santa Sé, Almir Franco de Sá Barbuda, para a apresentação das suas Cartas Credenciais. Como já é praxe nestas ocasiões tanto o embaixador que apresenta suas credencias, como o Santo Padre que as recebe, fazem discursos, quase sempre sublinhando a importância das relações diplomáticas entre a Santa Sé e o país do novo diplomata. Também na última segunda esse rito se repetiu. Nos vinte minutos do encontro o embaixador Almir Franco de Sá Barbuda, ex-Cônsul-Geral em Washington, sublinhou a honra de representar o governo de “uma nação com mais de 68% de sua população católica, a maior do mundo em número de fiéis, e com o maior episcopado dos cinco continentes”. Também os 185 anos de relações diplomáticas entre o Brasil e o Vaticano foram lembrados no contexto do Acordo sobre o Estatuto Jurídico da Igreja Católica no Brasil, assinado em 2008 e promulgado em 2010, que passou a regulamentar o relacionamento entre os dois Estados.
Já no seu discurso o Papa Bento XVI recordou sua visita ao Brasil em 2007, afirmando que o carinho que recebeu dos brasileiros “permanece indelével” em suas lembranças. E agradeceu o apoio manifestado, seja do Governo, seja da diplomacia brasileira junto à Santa Sé, para a organização da 28ª Jornada Mundial da Juventude, "que se realizará, se Deus quiser, em 2013 no Rio de Janeiro".
Depois de recordar a fecunda história do nosso país com a Igreja Católica, iniciada na primeira missa celebrada em 26 de abril de 1500, e dos monumentos de fé, como é o caso do Cristo Redentor, que se tornou símbolo de identificação mundial do Brasil, o Santo Padre afirmou que a Igreja mais do que construções materiais, ajudou a forjar o espírito brasileiro caracterizado pela generosidade, laboriosidade, apreço pelos valores familiares e defesa da vida humana em todas as suas fases. Falando do acordo assinado entre a Santa Sé e o Governo Brasileiro, o Santo Padre afirmou que longe de significar que o Estado assume ou impõe um determinado credo religioso, o acordo indica o reconhecimento da religião como um valor necessário para a formação integral da pessoa.
Por fim, no campo da justiça social, Bento XVI recordou que o Governo brasileiro sempre poderá contar com a Igreja, principalmente nas iniciativas que visam a erradicação da fome e da miséria, ajudando os mais necessitados a livrarem-se da sua situação de indigência, pobreza e exclusão.
Um discurso do Santo Padre breve mas intenso; intenso no fato de tocar pontos essenciais de um relacionamento que ao longo dos anos somente se intensificou e cresceu. O Brasil e o seu governo sempre tiveram uma relação frutífera com a Santa Sé e com a Igreja Católica presente em todo o território nacional. Basta recordar que a fé católica chegou à nossa terra 500 anos atrás e ali se fixou como elemento de suma importância da própria cultura do seu povo.
De fato um dos primeiros atos em terra firme dos descobridores portugueses foi a Santa Missa, uma ação de graças pela viagem, mas acima de tudo pela chegada à nova terra, a terra de Santa Cruz.
O ato da última segunda-feira foi mais um momento na longa caminhada entre os dois países, - em palavras simples – entre o Papa, o líder da Igreja católica e o país mais católico do mundo. Um momento que reafirma as boas relações entre os dois Estados. Aqui os nossos votos de um frutuoso trabalho ao Embaixador Almir e à sua equipe, para que possa da melhor maneira possível representar um país que tem a Cruz no seu céu, e no coração o amor por Jesus e seu Vigário, o Santo Padre. (Silvonei José)







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