Santa Sé: "Nada muda nas relações diplomáticas com a Irlanda"
Cidade do Vaticano (RV) - A Santa Sé emitiu hoje um comunicado, por meio da
Sala de Imprensa, a respeito do fechamento da embaixada irlandesa junto à Santa Sé.
O diretor, Pe. Federico Lombardi, esclarece que todo Estado que mantém relações
diplomáticas com a Santa Sé é livre de decidir, com base em suas possibilidades e
interesses, se ter ou não um embaixador junto à Santa Sé residente em Roma ou em outro
país. “O mais importante – frisa – são as relações diplomáticas entre a Santa Sé e
os Estados, e estas não estão em discussão, no que diz respeito à Irlanda”.
A
Irlanda anunciou ontem que vai fechar sua sede diplomática no Vaticano, uma das mais
antigas missões do Estado, como parte de um programa de corte de custos em meio ao
resgate concedido pela União Europeia e o FMI ao país.
Neste sentido, serão
fechadas três embaixadas, incluindo missões no Irã e no Timor Leste, o que vai render
ao país uma economia de 1,25 milhão de euros ao ano.
“Com a finalidade de
responder aos objetivos do programa da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional
e restabelecer os gastos públicos em um nível viável, o governo se viu forçado a fazer
cortes em vários serviços públicos” - explicou em um comunicado o ministério irlandês
de Relações Exteriores.
Dublin ressaltou que a decisão não está relacionada
ao conflito entre a Irlanda e a Santa Sé sobre as denúncias de abusos sexuais de crianças
feitos por padres católicos. O país, que é predominantemente católico, abriu uma
embaixada no Vaticano em 1929 e desde então manteve relações próximas como o país.
O
Cardeal Séan Brady, Arcebispo de Armagh e Primaz da Irlanda, emitiu um comunicado
sobre a decisão do governo: “O Ministro das Relações Exteriores esclareceu que ela
foi necessária em vista da atual situação econômica, e não se relaciona ao ocorrido
entre o Governo e a Santa Sé”.
O cardeal diz esperar que não obstante este
lamentável passo, a cooperação mútua e positiva entre a Irlanda e a Santa Sé no mundo
da diplomacia vai continuar, baseada nos compromissos pela justiça, paz, desenvolvimento
internacional e busca do bem comum. (CM)