2011-11-04 18:18:23

Papa a Embaixador da Costa do Marfim: promover a paz mediante a busca harmoniosa da verdade e da justiça


Cidade do Vaticano (RV) - Bento XVI iniciou seus compromissos desta sexta-feira recebendo em audiência, no final da manhã, o novo embaixador da Costa do Marfim junto à Santa Sé, Joseph Tebah-Klah.

Reconciliação entre as várias expressões do país e transparência na gestão interna: foram as principais exortações que o Santo Padre dirigiu aos responsáveis pela coisa pública na Costa do Marfim, em seu discurso ao diplomata ebúrneo.

De fato, o Pontífice o recebeu para a apresentação das credenciais, no ano em que se recorda o 40º aniversário do início das relações diplomáticas entre a Santa Sé e o país da África ocidental.

"Foi com grande preocupação que acompanhei o drama da crise pós-eleitoral vivida por seu país", uma crise que "minou a coesão social e levou a divisões" ainda não superadas.

Parte daí a análise de Bento XVI sobre a Costa do Marfim. Um olhar claro e palavras que centralizam diretamente o principal fator de desequilíbrio da nação africana, pátria de cerca de sessenta etnias que devem encontrar as bases de uma nova convivência e que, nesse seu esforço, podem ser modelo para toda a África:

"A grave crise que a Costa do Marfim viveu levou também a graves violações dos direitos humanos e a muitas vítimas. Encorajo, então, o seu país a promover todas as iniciativas voltadas à paz e à justiça. Não tenham medo de encontrar a verdade sobre os crimes e as violações cometidas contra os direitos humanos. Somente através da busca harmoniosa da verdade e da justiça será possível viver juntos."

Sobre a questão, Bento XVI disse ver de bom grado a instituição da "Comissão Verdade-diálogo-reconciliação" e fez votos de um trabalho "diligente" e, sobretudo, "imparcial".

Também quando endereçou a sua reflexão sobre outro ponto dolente, ou seja, a necessidade de a Costa do Marfim derrotar a planta endêmica da corrupção, o Papa reiterou a necessidade de equidistância ao considerar o passado em função de um futuro mais estável:

"Gostaria de encorajar os responsáveis de seu país a se comprometerem resolutamente no caminho rumo a uma governança transparente e equânime, e vejo de bom grado o código de boa conduta para os membros do governo, adotado na primeira quinzena de agosto. Para alcançar o bem comum são necessários disciplina, justiça e transparência na governança. Cabe aos políticos fazer todo esforço para assegurar que todos os cidadãos possam desfrutar igualmente da riqueza do país."

Em seguida, o Santo Padre pediu respeito pelos "inalienáveis direitos do outro" e pela "sacralidade da vida humana", bem como pela liberdade religiosa. E reiterou o compromisso da Igreja marfinense em trabalhar com as instituições do Estado pela reconstrução do país.

A Igreja, observou o Pontífice, "não pretende substituir o Estado", mas através de suas muitas instituições educacionais e de saúde pode dar uma grande ajuda a um país que precisa de "curar muitas feridas do corpo e da alma".

Ademais, qual poderia ser o futuro e o desenvolvimento de uma nação "sem instituições educacionais fortes que ensinem e promovam os valores morais, intelectuais e espirituais? Estou certo – concluiu – de que esse projeto educacional já constitui uma prioridade para construir a Costa do Marfim do amanhã dinâmica e próspera, pacífica e responsável". (RL)







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