Criação "urgente" de imposto para financiar luta contra a pobreza
(3/11/2011) As Nações Unidas defendem a criação "urgente" de um imposto sobre o comércio
internacional de divisas que possa financiar o combate às alterações climáticas e
à pobreza extrema, no relatório sobre desenvolvimento humano, divulgado em Copenhaga. "Estima-se
que a aplicação de um imposto de apenas 0,005% ao comércio internacional de divisas
poderia conseguir 40 mil milhões de dólares adicionais em cada ano. Isso melhoraria
significativamente o fluxo de ajuda dirigida aos países mais pobres, que ascendeu
a 130 mil milhões de dólares em 2010, num momento em que o financiamento ao desenvolvimento
abranda devido à crise mundial", refere o relatório do Programa das Nações Unidas
para o Desenvolvimento (PNUD). Este imposto permitiria que os que "mais ganharam
com a globalização ajudem os que menos benefício obtêm com ela", defende o PNUD, estimando
que todos os anos sejam necessários 105 mil milhões de dólares para financiar a adaptação
às alterações climáticas, especialmente na Ásia Meridional e na África subsaariana.
O relatório "Equidade e sustentabilidade: Um melhor futuro para todos", divulgado
em Copenhaga, alerta que os avanços conseguidos pelos países mais pobres arriscam
estagnar ou mesmo retroceder até meados do século se não forem tomadas "medidas audaciosas"
para abrandar as alterações climáticas. O relatório do PNUD é publicado anualmente
desde 1990 e inclui um Índice de Desenvolvimento Humano , que classifica os países
mediante os progressos conseguidos nas áreas da saúde, educação e Rendimento Nacional
Bruto per capita. Noruega, Austrália e Holanda ocupam os primeiros lugares na
lista de países com maiores progressos na saúde, educação e rendimento, revela o IDH
de 2011, que coloca RDCongo, Níger e Burundi nas últimas posições.