Campanha (RV) - Nesse dia 02 de novembro celebramos em todo o mundo católico
a comemoração dos fiéis defuntos. Ocasião rica de significado para a reflexão acerca
do mistério de nossa própria vida e, também, para recordarmos das pessoas queridas
que fizeram parte de nossas vidas e tendo trilhado como nós os caminhos da história
foram viver no coração de Deus.
A frase com que iniciamos essa breve reflexão,
extraída dos escritos de Santa Terezinha do Menino Jesus, a santa da “pequena via”,
com a simplicidade e humildade que lhe são características nos comunicam o sentido
dessa celebração para aqueles que crêem. A morte não é um fim, mas o começo da vida
eterna em Deus. Assim, por mais que devamos viver já nesse mundo a maravilha da filiação
divina e do seguimento da Palavra de Deus, que é Jesus, é através da porta indispensável
da morte, enquanto passagem, que entraremos na posse dos bens definitivos.
Jesus
nos adverte nos Evangelhos para estarmos atentos e preparados para receber a morte
que vem “como ladrão, quando ninguém a espera”. Assim, nessa comemoração dos fiéis
defuntos, pensamos primeiramente em nossa própria vida. A fugacidade da nossa existência
nesse mundo é um apelo constante para colocarmos a nossa esperança e confiança em
Deus e, sobretudo, para nos abrirmos com a força da vontade e da liberdade, para a
sua graça, para sermos dignos da vida junto Dele eternamente.
A Igreja nos
ensina sobre a legitimidade e valor de nossas orações pelos que morreram, seja através
do oferecimento de santas missas, das indulgências, da mortificação e de nossas piedosas
orações. Devemos implorar a Deus, confiantes em sua inalcançável misericórdia que
acolha na glória todos os que morreram, oxalá aqueles que nos foram caros e aos quais
queremos estar unidos um dia na eterna felicidade.
Nessa celebração queremos
reafirmar a nossa fé em Jesus, nosso Senhor e Deus, primogênito dentre os mortos,
e que, ressuscitado, nos abriu as portas da vida. A salvação que Ele nos alcançou,
uma vez por todas, é o objetivo que perseguimos através de nossa adesão ao seu projeto
e a misericórdia de Deus, da qual Ele é a máxima revelação, é à que recomendamos os
nossos caros fiéis defuntos, até o dia em que nos será dito a todos: “Vinde benditos
de meu Pai, entrai no reino que vos está preparado” (Mt 25,34).
Padre Wagner
Augusto Portugal Vigário Judicial da Diocese da Campanha, MG