No Dia de Finados, Bento XVI recorda que o homem precisa da eternidade
Cidade do Vaticano (RV) – Bento XVI se reuniu com fiéis e peregrinos hoje,
na Sala Paulo VI, para a Audiência Geral das quartas-feiras.
A catequese foi
dedicada ao Dia de Finados. O Papa fez sua reflexão sobre o que este Dia representa
hoje em meio a uma mentalidade que dá importância somente ao "aqui e agora".
Bento
XVI recordou que o homem sempre levou em consideração os mortos. E mesmo que a nossa
sociedade tente eliminar com todos os meios o pensamento sobre a morte, nós nos perguntamos:
"Por que é assim?". A resposta é que a morte atinge a todos nós, em qualquer tempo
e lugar.
Diante de um mundo positivista, incapaz de abordar este mistério,
essas celebrações nos ajudam a reconhecer na morte a grande esperança, de que a vida
do homem não termina aqui, que seu anseio de eternidade foi preenchido por Deus, cujo
Filho, morto e ressuscitado por nós, vencendo a morte nos abriu o caminho para a vida
eterna.
"Se reduzirmos o homem àquele pouco que ele percebe empiricamente,
a vida perde seu sentido mais profundo. O homem precisa da eternidade, pois todas
as outras esperanças são muito breves e limitadas", disse Bento XVI.
Eis o resumo da catequese
do Papa em português, precedido da apresentação dos grupos de brasileiros presentes
na Sala Paulo VI, feita pelo Padre Bruno Lins: "Queridos irmãos e irmãs, hoje a
Igreja nos convida a pensar em todos aqueles que nos precederam, tendo concluído o
seu caminho terreno. Na comunhão dos Santos, existe um profundo vínculo entre nós
que ainda caminhamos nesta terra e a multidão de irmãos e irmãs que já alcançaram
a eternidade. Em definitiva, o homem tem necessidade da eternidade; mas por que experimentamos
o medo diante da morte? Dentre as várias razões, está o fato de que temos medo do
nada, de partir para o desconhecido. Não podemos aceitar que de improviso caia, no
abismo do nada, tudo aquilo que de belo e de grande tenhamos feito durante a nossa
vida. Sobretudo, sentimos que o amor requer a eternidade, não pode ser destruído pela
morte assim num momento. Além disso, assusta-nos a morte, por causa do juízo sobre
as nossas ações que a ela se segue. Mas Deus manifestou-Se enviando o seu Filho Unigênito
para que todo aquele que acredita não se perca, mas tenha a vida eterna. É consolador
saber que existe um Amor que supera a morte, um amor que é o próprio Deus que se fez
homem e afirmou: «Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que tenha
morrido, viverá» (Jo 11,25). Saúdo com afeto os peregrinos de língua portuguesa, em
particular os brasileiros vindos de diversas cidades do Estado de São Paulo. Exorto-vos
a construir a vossa vida aqui na terra trabalhando por um futuro marcado por uma esperança
verdadeira e segura, que abra para a vida eterna. Que Deus vos abençoe!".
No
final da tarde desta quarta-feira, Bento XVI irá até a Cripta Vaticana para um momento
particular de oração pelos Sumos Pontífices defuntos. (BF)