Somália: 4 milhões de pessoas correm risco de passar fome
Mogadíscio (RV) – “Os últimos eventos bélicos agravaram uma situação já muito
difícil e complexa” – diz à Agência Fides Suzanna Tkalec, agente do Catholic Relief
Services (CRS), responsável da Caritas Somália, em Dadaab (norte do Quênia, fronteira
com a Somália), onde no último dia 12 de outubro foram sequestradas duas agentes humanitárias
de Médicos Sem Fronteiras (MSF).
“Estamos avaliando a situação, que ainda
é muito fluida, para prosseguir nossas atividades de assistência aos povos somalis,
e todavia, não foram interrompidas” – diz a senhora Tkalec. Caritas Somália, com a
Caritas Suíça e Luxemburgo e o Catholic Relief Services (CRS), administra uma série
de atividades de assistência seja em Dadaab como nos campos de refugiados na Etiópia
e em Djibuti, além de na própria Somália.
Cerca de 4 milhões de pessoas correm
risco de passar fome na Somália, e destas, 3 milhões se encontram no sul do país,
segundo indica o último “Relatório da Situação” da Caritas Somália. O ataque militar
do Quênia, que enviou 4 mil homens ao sul da Somália para afastar as milícias Shabab
da fronteira dos dois países, prossegue rumo a Kisimayo, ao que parece com o apoio
de aviões (sem piloto) estadunidenses.
Segundo veiculado por uma televisão
queniana, pelo menos 25 civis morreram e dez ficaram feridos em um ataque realizado
por um ou dois destes aviões estadunidenses no sul da Somália. Entretanto, os Shabab
ameaçaram o Quênia de represálias. Nos últimos dias, no Quênia, registraram-se pelo
menos três atentados terroristas, atribuídos por muitos aos Shabab. Dois foram realizados
na capital, Nairóbi, com lançamento de granadas.
No último dia 27 de outubro,
4 funcionários do governo morreram em um ataque de lança-mísseis contra um ônibus
na área de Mandera, nas proximidades da fronteira com a Somália. (SP)