Semana Social na Croácia: apelo em favor do trabalho ético e defesa da família

Zagreb (RV) - "O trabalho é, sobretudo, uma categoria ética, moral e espiritual, e não meramente econômica": as conclusões da V Semana Social Croata, realizada em Zagreb de 21 a 23 do corrente, partem dessa conclusão.

Promovido pela Conferência Episcopal Croata e organizado pelo Centro local para a promoção da Doutrina Social da Igreja, o evento teve a presença de 300 participantes, que debateram e refletiram sobre o tema "A cultura do trabalho na Croácia".

Ao término dos trabalhos foi publicado um longo documento final contendo algumas recomendações. No primeiro ponto recorda-se a necessidade de se desenvolver "a espiritualidade do trabalho", porque "trabalhando a pessoa responde ao chamado de Deus a ser seu colaborador no mundo".

Nesse sentido, o aspecto espiritual do trabalho "é um convite a não permitir a si mesmos ou aos outros ser reduzidos a simples instrumentos". Outro ponto central do documento é a tutela da família, definida "uma instituição funcional" que dá à sociedade "uma contribuição insubstituível".

Nesse sentido, permitir às famílias organizar o próprio tempo livre, a estar juntas no domingo, a assistir e educar os próprios filhos é também um modo de transmitir aos jovens a justa formação e educação ao trabalho.

Ademais, deve ser dado amplo espaço ao voluntariado, porque ele cria "novas relações de confiança entre as pessoas e, por conseguinte, cresce tanto o capital social quanto a possibilidade de geração de emprego".

A V Semana Social Croata trata, em seguida, do específico do mundo atual do trabalho: faz votos – para o setor empresarial – de um desenvolvimento baseado na equidade do lucro para os empresários, do salário para os operários e das taxas para o Estado; ante a chaga do desemprego, pede mais incentivos para a formação dos trabalhadores, maiores financiamentos para uma política do emprego e a eliminação do desemprego de longa duração, fator "danoso para o indivíduo e para a sociedade".

Em seguida, o documento enfatiza a atenção que deve ser dada à questão da imigração, com a criação de políticas claras para o setor. Outro tema central é a legislação do trabalho: nesse âmbito, os participantes da Semana social insistiram na necessidade de "leis que protejam os trabalhadores", assegurando "o respeito efetivo de seus direitos".

Pede-se, ainda, a redução ao mínimo do trabalho sem estabilidade, o reforço da segurança no trabalho e o pagamento regular de salários justos, porque o trabalho "não pago é teologicamente um pecado e socialmente um furto". (RL)