2011-10-28 11:39:13

O diálogo dos católicos com outras crenças no Brasil


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Cidade do Vaticano (RV) - Nestes dias em que os olhos do mundo religioso estão voltados para Assis, onde o Papa se reuniu com os líderes das religiões em uma Jornada de Oração pela Paz, o Programa Brasileiro aborda o tema do diálogo dos cristãos com judeus, muçulmanos, membros do Candomblé e das Igrejas Pentecostais no Brasil.

Segue entrevista com o Pe. Elias Wolff, assessor da Comissão Episcopal para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-religioso:

"Em São Paulo, os muçulmanos, os judeus, sobretudo também budistas, membros das tradições afros e também hindus e entre outras tradições religiosas, têm feito caminhadas pela liberdade religiosa. Também no Rio de Janeiro realizam-se caminhadas pela liberdade religiosa. O diálogo oficial, podemos dizer, bilateral, existe entre católicos e judeus, aqui no Brasil. Temos a comissão do diálogo católico-judaico desde 1998. Alias, agora na próxima semana, esta última semana de outubro, vai se realizar a assembleia católico-judaica em Curitiba.

Nós estamos programando um evento muito significativo para o dia 24 de março, em Foz do Iguaçu, um encontro entre católicos e muçulmanos, com um tema muito instigante: refletir sobre Maria como símbolo de unidade dos povos e das culturas, Maria como geradora da vida, protetora da vida. Este evento já teve lugar no Líbano, em março deste ano: católicos e muçulmanos refletiram sobre Maria em 24 de março, e inclusive uma imagem de Maria foi colocada diante do Museu Nacional do Líbano. Vamos realizar este evento em Foz do Iguaçu, no próximo ano com este significado: Maria como símbolo da união dos povos, na região fronteiriça e nas duas tradições: islâmica e cristã, ou islâmica e católica, mais especificamente. No islã, Maria tem um significado muito importante no Alcorão e na tradição islâmica, e nós, católicos, temos um grande amor por ela.

Outra iniciativa para o diálogo inter-religioso no Brasil é a criação de um núcleo do diálogo católico-candomblé. Entendemos as dificuldades existentes na compreensão, o conhecimento das religiões de tradição afro no Brasil, os problemas do sincretismo e estamos criando um núcleo de diálogo para podermos conhecer melhor o que é tradição do candomblé e também para possibilitar possíveis esclarecimentos de como caminharmos juntos par uma sociedade melhor no Brasil”.

Pe. Elias Wolff discorre também sobre as dificuldades no campo do diálogo católico-pentecostal em nosso país:

“É um terreno ainda difícil de se caminhar é o diálogo católico-pentecostal no Brasil. O que nós temos até o momento, é o que chamamos de ‘EnCristos’: encontros de cristãos em busca de unidade e santidade. Realizamos 3 encontros católico-pentecostal com algumas pessoas que do pentecostalismo estão abertas par momentos de oração comum, abertas para o louvor, abertas a uma reflexão. No entanto, isso não chega a atingir ainda comunidades pentecostais, só pessoas do meio pentecostal que têm uma formação teológica bastante positiva, uma postura, atitude de diálogo, de respeito para com a tradição católica, não buscam criticar sempre. De modo que com muita dificuldade, estamos ‘ensaiando’ alguns passos para o diálogo católico-pentecostal”.
(BF-CM)








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