Assis: grande expectativa para o encontro de reflexão e oração pela justiça e paz
Assis
(RV) – O mau tempo foi o protagonista da vigília desta Jornada de reflexão, diálogo
e oração pela paz e a justiça no mundo. A chuva que se abateu não só aqui na região
central da Itália, mas também no noroeste do país já matou nove pessoas.
Isso
se repetiu exatamente 25 anos atrás. Durante a Jornada convocada pelo Beato João Paulo
II, o céu nublado deu lugar a um belo arco-íris, o que para João Paulo II foi um sinal
de que Deus está realmente conosco.
Talvez devido à chuva, Assis se apresenta
hoje tranquila, muito mais tranquila do que o normal e o número de turistas é menor
do que o de costume. Isso também se deve ao fato de que as delegações internacionais
partirão amanhã de Roma, com Bento XVI.
Sobre como este evento está sendo vivido
aqui em Assis, o Programa Brasileiro entrevistou o único frade brasileiro que trabalha
na Basílica, Frei Alercio de Carvalho, do Rio de Janeiro, que há nove meses trabalha
como assessor para a língua portuguesa:
Fr. Alercio: “Assis neste momento
se torna um pouco vitrine do mundo. Todos os olhos estão voltados para cá. Bento XVI
neste momento acaba retomando o encontro que aconteceu 25 anos atrás com João Paulo
II, aqui na Praça S. Francisco, diante da Basílica, justamente com a proposta de levar
a paz, transmitir a paz, independente da roupagem, independente do credo religioso.”
Pessoalmente, Frei, como o senhor vai participar deste evento?
“Eu
estou diretamente envolvido com a cobertura. Espero ao menos ter a oportunidade de
ver o Papa um pouco de perto, já que estarei nos bastidores. Mas minha participação
se dá em termos de garantir a acolhida de todos os que falam o idioma português, das
delegações que aqui chegam, para oferecer a partir da espiritualidade, do bem, ser
uma referência a todos que aqui chegam.”
Falando de S. Francisco, ele é uma
referência para a paz mundial há nove séculos. João Paulo II o reafirmou e agora também
Bento XVI. Como esse carisma franciscano se atualiza ao longo do tempo?
“Quem
primeiro usou o termo espírito de Assis foi o próprio Papa João Paulo II, embora o
espírito venha próprio de S. Francisco. O espírito de Assis acho que é uma tarefa
de todos os homens e mulheres de boa vontade. Cada vez mais que nós olhamos para nosso
mundo, vemos um mundo desigual, com tantas injustiças e o clamor por um mundo em paz
e de paz repercute no coração de todos os homens e mulheres que amam a Deus. E este
ano tem um fato, até os ateus são chamados, porque é algo que diz ao coração humano.
A mensagem de Francisco se atualiza a cada dia, a partir de cada pessoa, desde os
mais ilustres conhecidos, como o Papa, mas até mesmo os que moram em lugares mais
distantes lutam pela paz, não como um evento, mas como um caminho, um processo. A
paz não é um acontecimento, mas um processo diário, de todos os dias, que se busca
fazer.
Para quinta-feira, não está prevista chuva, o que é uma boa notícia,
até porque muito eventos da Jornada de amanhã serão ao ar livre. O dia tem início
em Assis às 10 da manhã, na Basílica de S. Maria dos Anjos, com o testemunho de líderes
das principais religiões do mundo e a mensagem de Bento XVI. Após um almoço simples
e momentos individuais de oração, o Papa e os chefes da delegações saem à pé do Convento
de Santa Maria dos Anjos, de onde se transferem de ônibus até a Praça S. Francisco
de Assis, onde haverá o encontro conclusivo e a renovação solene do Compromisso pela
Paz.
De Assis para a Rádio Vaticano, Bianca Fraccalvieri