2011-10-25 18:47:18

Associação Mulheres e Ciência: os desafios da mulher no mundo científico


Roma (RV) – Os desafios da mulher no mundo científico. Esse é o tema de uma entrevista realizada pela Rádio Vaticano com a Presidente da Associação “Mulheres e Ciência”, Flavia Zucco. Ela, que por anos foi a Diretora de Pesquisa do Instituto de Neurobiologia e Medicina Molecular de Roma, falou sobre os preconceitos que as mulheres devem enfrentar nesse meio profissional, ainda predominantemente masculino.

Entre as dificuldades encontradas pelas mulheres no mundo da ciência, citou a crença de que estas não sejam adequadas à ciência, por tratar-se de matéria que requer muita racionalidade. “Esse cliché de que as mulheres são emotivas e não racionais é repetido inclusive por pessoas cultas do mundo científico”, disse ela, o que é lamentável e torna-se um empecilho.

Outro problema por ela evidenciado é a questão do poder: “os homens que, nesse meio, obtiveram o monopólio do poder por tanto tempo, não gostam da ideia de deixa-lo, de larga-lo para dar espaço à mulheres”.

Uma armadilha para as evoluções das mulheres nesse campo, segundo a cientista, é a de que as novas gerações podem incidir no erro de pensar que as conquistas já foram feitas. “Isso não é verdade – afirma categoricamente -, é preciso continuar a trabalhar para sermos respeitadas, para que os aspectos e as características femininas seja respeitadas (características que dão às mulheres uma visão mais ampla dentro do mundo da ciência), precisamos que a linguagem de gênero seja respeitada”.

Sobre os desafios do futuro ressaltou que precisamos trabalhar para obter uma avaliação correta, baseada na competência científica e na excelência profissional.

Ela explicou também sobre o trabalho da Associação Mulheres e Ciência, que têm, entre outras atividades, trabalho junto às escolas, conferencias anuais sobre as questões da ciência, a inserção em projetos europeus, a criação de um banco de dados sobre tudo que foi feito e publicado pelas mulheres na ciência desde os anos 80 e, atualmente em andamento, o projeto Mulheres e Ciência do mediterrâneo, que envolve argelinas, marroquinas e egípcias, por exemplo. Flavia destaca que a rede permite reforçar a presença feminina nesse campo e promover abertura às novas ideias.

“As mulheres avançaram muito, mas não podemos parar por aqui, esse é o dever das novas gerações de mulheres cientistas”, encerrou a entrevista. (ED)








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