Celebrada pela primeira vez memória litúrgica de João Paulo II: um especial sobre
a vida do Beato
Cidade do Vaticano
(RV) – Celebra-se hoje, pela primeira vez, em Roma e na Polônia, a memória litúrgica
do Beato João Paulo II, elevado às honras dos altares no último dia 1º de maio. Inúmeras
iniciativas de oração em todo o mundo para celebrar o evento, principalmente na capital
italiana e no país natal de Wojtyla.
Às 16h30 desse sábado, jovens, na Praça
da Basílica de São João de Latrão, fazem uma vigília de orações, seguida de Missa
presidida pelo Cardeal Vigário de Roma Agostino Vallini.
E, nesta sexta-feira,
foi realizada a translação da relíquia do sangue do Beato à capela do hospital pediátrico
vaticano Menino Jesus. “João Paulo II está no coração de todos os católicos, e mesmo
no dos não católicos”, afirmara na ocasião o Cardeal Secretário de Estado Tarcísio
Bertone.
Propomos um especial sobre a vida do Beato, tão querido por todos:
Karol
Józef Wojtyla nasceu, em Wadowice, Polônia em 18 de maio de 1920.
Em 1938 se
matriculou na Faculdade de Filosofia da Universidade Jagelônica. com especialização
em filologia polonesa.
Em 1940 começou a trabalhar em minas de pedra e depois
foi transferido para uma fábrica química.
Seu pai morreu em 1941, ficando sozinho,
em termos de família. Sua mãe faleceu quando Lolek – como era chamado – tinha apenas
9 anos.
Em 1942 entrou para o seminário clandestino dirigido pelo Arcebispo
de Cracóvia, Cardeal Sapieha, onde iniciou os estudos de teologia, também clandestinamente.
Em
1946 foi ordenado sacerdote e quinze dias depois viajou para Roma, para prosseguir
os estudos no Angelicum. No ano seguinte concluiu o mestrado em Teologia.
Em
1948 defendeu a tese de doutorado sobre São João da Cruz.
Em 1949 voltou para
a Polônia, sendo nomeado vice-pároco e, mais tarde, tornou-se titular da cátedra de
ética social.
Em 1954 continuou lecionando em Cracóvia, passando depois a
dar aulas também em Lublin.
Quatro anos mais tarde, com 38 anos, foi eleito
bispo auxiliar de Cracóvia. Era o bispo mais jovem da Polônia.
Em 1960 foram
publicados suas obras: Max Scheler, Amor e Responsabilidade e o drama teatral “A Oficina
do Ourives”.
Participou do Concílio Vaticano II.
Em dezembro de 1963,
o Papa PauloVI nomeou-o Arcebispo de Cracóvia.
Em outubro de 1964 recebeu o
pálio das mãos de Paulo VI e três anos mais tarde foi criado cardeal.
Em 1976
pregou os exercícios espirituais para Paulo VI e a Cúria Romana.
Dois anos
mais tarde participou do funerail de Paulo VI e no conclave que elegeu João Paulo
I. No início de outubro retornou ao Vaticano para o funeral de João Paulo I, e
entrou no conclave que em 16 de outubro de 1978, o elegeu Sumo Pontífice, tornando-se
o Sucessor de Pedro de número 263.
Dia 22 de outubro iniciou seu ministério
de Pastor Universal da Igreja e logo depois deu início às 259 vistas às localidades
italianas.
Em 1979 foi a vez de iniciar suas 617 visitas à cidades internacionais
e, consequentemente aos 129 países dos cinco continentes. Nessas viagens ele pronunciou
2.382 discursos, realizando, ao todo, 104 viagens apostólicas internacionais.
Em
1979 outorgou à Igreja a primeira de suas 13 encíclicas, a Redemptor Hominis. Ainda
em 1979 deu início à série de 1.338 beatificações, entre elas, a do Apóstolo do Brasil,
José de Anchieta em 147 cerimônias.
Em 1980 iniciou o hábito de ir, nas sextas-feiras
santas, à Basílica de São Pedro para ouvir confissões.
Realizou 6 sessões ordinárias
do Sínodo dos bispos. Poderíamos citar outros tantos feitos grandiosos, que marcaram
seu Pontificado. Isso não falta em sua biografia, mas isso junto não faz o santo.
João
Paulo II foi beatificado por suas heróicas virtudes de fé, de esperança e de caridade.
Sua atitude de perdão ao seu quase assassino, sua atenção em relação aos menos
favorecidos, suas lutas pelos Direitos Humanos e convicção de que Maria o ajudaria
a combater o ateísmo; a aceitação serena do sofrimento e da diminuição de suas forças
físicas, a dignidade cristã ao se apresentar ao mundo de um modo absolutamente frágil.
Mesmo assim não abriu mão de viver profundamente sua última semana santa.
Na Sexta-feira Santa acompanhou pela televisão, colocada em sua capela privada, a
via-sacra abraçado a um crucifixo.
Era o Vigário do Senhor das dores, um homem
do sofrimento como nos fala Isaías, contemplando a celebração da Paixão e Morte daquele
a quem havia dado o “sim” para assumir a condução do rebanho.
E agora ele
o conduzia do mesmo modo que seu Senhor, através do caminho da dor, do sofrimento,
da cruz.
Viveu sua última celebração pascal na expectativa de viver a sua Páscoa
definitiva, que ocorreu alguns dias depois, na véspera do Domingo da Divina Misericórdia.
Aquele que acompanhou o Senhor em sua Paixão, agora o acompanha na glória
da vida nova. O mundo compareceu em massa ao seu funeraL, não apenas com a presença
de seus líderes, mas com a multidão de 5 milhões de pessoas que passaram diante de
seu corpo durante oito dias.
Na belíssima e comovente celebração eucaristica
de corpo presente o povo se manifestou fazendo ecoar na Praça São Pedro o grito “santo
já”.
Bento XVI realizou esse grande desejo dos homens no dia 1º de maio de
2011.