La Paz (RV) – Com o apoio maciço da população e a esperança de se reunirem
com o presidente Evo Morales, os indígenas amazônicos que caminharam 600 km durante
65 dias para exigir ao governo boliviano que cancele a construção de uma estrada que
atravessa uma reserva biológica chegaram nesta quarta-feira à capital. A rodovia é
financiada pelo Brasil e construída por uma empresa brasileira.
Universitários,
indígenas andinos, professores, sindicalistas e expoentes da Igreja católica saudaram
a passeata, unindo-se a ela. O presidente da Confederação dos Povos Indígenas do Oriente
Boliviano (Cidob), Adolfo Chávez, ratificou a decisão de entrar na Praça Murillo,
onde estão o Palácio de Governo e o Parlamento, para participar de uma missa na catedral.
Fernando Vargas, um dos líderes indígenas, discursou afirmando que “não é
aceitável que um governo indígena destrua a mãe-terra, as áreas protegidas e os indígenas”.
Vargas criticou Evo Morales por manter em fóruns internacionais posições contraditórias
com sua prática em âmbito doméstico. (CM)