2011-10-19 09:47:33

Investir nas mulheres é a solução para a fome


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Roma (RV) – O combate a fome no Chifre da África está no centro dos debates da reunião anual do Comitê para a Segurança Alimentar Mundial, na FAO, em Roma. As decisões que forem tomadas durante esta semana vão ser decisivas para as próximas medidas a serem aplicadas na região onde 30 milhões de pessoas sofrem as consequências da seca prolongada.

A volatilidade dos preços dos alimentos é uma das maiores preocupações das três agências da ONU voltadas à agricultura baseadas em Roma. Preços voláteis são uma ameaça para os países mais pobres, dependentes das importações. Comprometem a produção local e a continuidade do trabalho dos agricultores. Sobre o papel das mulheres na agricultura, a ex-presidente do Chile e diretora agência das Nações Unidas para as Mulheres, Michelle Bachelet disse que é fundamental oferecer às mulheres oportunidades iguais.

”Se formos até alguns países africanos, veremos que a maioria dos agricultores são mulheres. Os homens foram às cidades em busca de trabalho e deixaram que as mulheres tocassem a produção. Em alguns países da África, as mulheres são responsáveis por 70% da produção, no mundo, a força de trabalho feminino representa 46%. Contudo, elas têm terras menores que a dos homens e menos acesso a recursos como sementes e fertilizantes para ajudar a produzir o máximo em suas terras”, relevou Bachelet.

O exemplo brasileiro de combate à fome foi citado como modelo a ser seguido para atingir a Meta do Milênio número um: reduzir a fome no mundo pela metade até 2015. Um dos representantes permanentes de Moçambique na FAO, ministro Mário Saraiva, fala que a visita oficial da Presidente Dilma Rousseff a Maputo, a partir desta quarta-feira, deve estreitar ainda mais os laços entre Brasil e Moçambique, principalmente para o desenvolvimento da agricultura.

“A cooperação com o Brasil no campo específico da agricultura poderá ser outra. Se olharmos para o que foi o Brasil 25 anos atrás, quando realmente os problemas da agricultura eram complexos, hoje já deixou de ser um problema apesar de ser um país enorme. O Brasil tem sabido lidar com a agricultura e é por isso que nós precisamos da experiência do Brasil no campo da agricultura. Quando falamos disso, falamos da questão da terra, que é complexa. E este é um assunto que vamos discutir nesta conferência e é um debate que não vai se esgotar porque é uma questão delicada para muitos países e, de fato, deveremos fazer uma reflexão por muito tempo”, adiantou Saraiva.

Brasil - África

A Presidente Dilma Rousseff desembarcou na noite desta terça-feira em Maputo, onde hoje terá reunião com o presidente Armando Guebuza e encontro com investidores brasileiros.
Moçambique é hoje um dos maiores beneficiários da cooperação brasileira, diz o Itamaraty em nota. Nos últimos anos, os investimentos brasileiros no país cresceram de modo expressivo, com destaque para o projeto da Vale.

A mineradora recebeu concessão para explorar jazida de carvão mineral em Moatize, no norte de Moçambique, um investimento estimado em US$ 4,5 bilhões e produção máxima calculada em 25 milhões de toneladas de carvão por ano. O projeto envolve ainda investimentos paralelos em infra-estrutura e em outros subprodutos, que poderão atingir US$ 8 bilhões.

Outros investimentos brasileiros incluem os setores de energia, infra-estrutura portuária e aeroportuária, petróleo, papel e celulose. Em 2009, o BNDES aprovou linha de crédito no valor de US$ 300 milhões destinada aos investimentos em Moçambique. O comércio bilateral atingiu, no ano passado, US$ 42 milhões.








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