São José do Rio Preto (RV*) - A palavra “amor” está envolvida de predicados,
de qualidades, de situações e expressões que, na visão da Sagrada Escritura, tudo
se resume na frase “amar a Deus e amar o próximo como a si mesmo”. Ela constitui o
maior de todos os mandamentos da vida.
O amor tem uma força que, às vezes,
até explode dentro da pessoa. Mas tem que ser bem canalizado, não deixando que se
transforme em atitudes de agressão e prejuízo para os que o detêm e para aqueles com
quem a pessoa convive.
Pela força do amor podemos até esvaziar nossa vida para
fazer o outro feliz. Mas pode acontecer o contrário, experimentando um falso amor
e explorar a vida alheia. É um amor que se transforma em ódio e violência, podendo
ocasionar até morte.
Em Deus, o amor é uma vocação, um caminho de acesso à
realização plena, que só acontece de forma gratuita. Esta prática supõe fazer ao outro
aquilo que gostaria que fosse feito à gente mesmo, mas dentro da realização da gratuidade.
Sentimos
um grande desgaste na palavra amor nos últimos tempos. A cultura atual é marcada pelo
individualismo, causando fechamento, egoísmo e falta de calor humano. Não existe amor
sem relacionamento e diálogo. Ele acontece em relação ao outro, ao próximo ou a Deus.
O
amor-relação, que deixa como legado a fraternidade, tem como exigência fundamental
a fé cristã. Só assim ele será vivido no meio de tribulações e desafios. É o que lhe
dá força e gratuidade. Um amor que vai além da dimensão simplesmente humana.
Na
vivência da fraternidade, não se pode confundir o próximo com uma pessoa necessitada.
É principalmente com quem convive e partilha a própria vida, e com quem cria relacionamento
fraterno e o defende em todas as situações.
O amor condiciona a pessoa para
uma verdadeira e sólida alegria, um coração realizado e profundamente feliz. Isto
é capaz de superar todo tipo de rancor e de vingança. Provoca luta pela justiça social
e por um mundo melhor.
Dom Paulo Mendes Peixoto Bispo de
São José do Rio Preto