2011-10-17 16:22:30

Mensagem do Papa para o Dia Mundial da Alimentação (17 Outubro)


(17/10/2011)
Ontem, 16 de Outubro, era Dia Mundial da Alimentação. O tema escolhido para este ano foi “Preços dos alimentos: da crise à estabilidade”. A FAO recordou a ocorrência com uma cerimonia solene na manhã desta segunda-feira, na sua sede, em Roma. Durante a cerimónia foi lida, pelo representante da Santa Sé junto daquela organização, uma mensagem do Santo Padre. Evocando as vítimas da fome no Corno da África, o Papa sublinha que perante situações como estas é essencial a ajuda imediata, mas também a intervenção a médio e longo prazo. E recorda que a libertação do jugo da fome é a primeira e concreta manifestação do direito à vida.
Não obstante a globalização que estamos a viver, são evidentes os sinais de profunda divisão entre aqueles que carecem da alimentação e os que dispõem de ingentes recursos. Isto não faz senão confirmar que a globalização nos faz sentir próximos uns dos outros, mas não irmãos – frisa Bento XVI.

Perante o drama da fome o Papa convida à reflexão, à análise dos problemas, pois que a disponibilidade a intervir não chega. Muitas vezes as questões ficam sem respostas aprofundadas porque circunscritas à esfera da emoção e não conseguem mexer com as consciências e com a sua procura da verdade e do bem. O Dia Mundial da Alimentação deveria servir para mudar os comportamentos e as decisões por forma a garantir a todos a alimentação assim como suficientes investimentos no sector agrícola a nível mundial.
É fácil – prossegue o Papa na sua mensagem – reduzir toda e qualquer consideração sobre a demanda de alimentação ao aumento da população, bem sabendo que as causas da fome são outras e que muitas são as vítimas entre os numerosos Lázaros aos quais não é permitido sentar-se à mesa do rico opulento, - refere a mensagem, citando a encíclica Populorum Progresso do Papa Paulo XVI.

Bento XVI convida, portanto, a uma atitude responsável da parte de todos. A quem tem muito recomenda sobriedade de modo a que haja uma justa distribuição dos bens da Terra, se favoreça o desenvolvimento de todos os povos, e não se ponha em risco a sobrevivência das gerações vindouras. A quem beneficia da cooperação internacional convida a utilizá-la com responsabilidade em infra-estruturas rurais, em sistemas de irrigação, em transportes, na organização dos mercados, na formação e difusão de técnicas agrícolas apropriadas, capazes de utilizar da melhor forma os recursos humanos, naturais, socio-económicas mais acessíveis a nível local.
Tudo isto será possível – lê-se na mensagem – se as instituições internacionais garantirem, com imparcialidade e eficiência o seu serviço no pleno respeito das convicções mais profundas do espírito humano e das aspirações de cada pessoa. Nesta perspectiva a FAO poderá garantir a alimentação a todos – concluiu o Papa afirmando que a Igreja católica está próxima das Organizações que agem no sentido de garantir a alimentação a todos.








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