Apelo pelo paradeiro de 335 refugiados desaparecidos da Líbia
Tripoli (RV) – Desde 22 de março deste ano até agora, desapareceram, na Líbia,
335 adultos mais inúmeras crianças (das quais não se conhece o número exato), todos
refugiados que viviam no país. Eram provenientes da Eritreia, Etiópia e Somália. Foram
documentadas as suas partidas do porto de Zarzis e Tripoli, 15 dias depois alguns
foram reconhecidos já sem vida e agora não se tem mais notícias sobre essas pessoas.
Por isso, o Presidente da Agência Habeshia, Mussie Zerai, faz um apelo ao Conselho
Transitório da Líbia para que se descubra onde estão os desaparecidos e o que aconteceu
com eles durante esse período de conflito.
“Muitos dos responsáveis por aquele
fogo cruzado na Líbia ainda estão livres andando pelo país, enquanto milhares de famílias
inocentes se desesperam sem saber o que foi feito dos seus filhos”, lê-se no documento.
O Presidente da Instituição ainda faz apelo a todos que possam dar alguma pista sobre
o destino ou o paradeiro dessas quase 400 pessoas, solicitando o auxílio também de
jornalistas e operadores humanitários.
Outra denúncia vem do Vigário Apostólico
de Tripoli, Dom Giovanni Innocenzo Martinelli, esta sobre a situação dos hospitais
na capital. “Nos hospitais a situação continua dramática – diz ele -, grande parte
dos feridos foram atingidos na coluna e não temos como atender a tantas emergências”.
O Arcebispo lança apelo para que, além do envio dos medicamentos, sejam feitos ulteriores
esforços para que os casos mais graves sejam recuperados em estruturas especializadas.
Dom Martinelli reconhece o ato de solidariedade já existente e os esforços
dos líbios para com essa questão, mas, segundo ele, não basta, é preciso mais empenho
da comunidade internacional.
O Conselho de Transição afirmou que os confrontos
de 14 de outubro, entre suas forças de seguranças e grupos fieis a Kadafi deixou um
saldo de três mortos e trinta feridos. (ED)