Bento XVI optimista quanto ao crescimento e difusão da Palavra de Deus no mundo de
hoje
Na tarde deste sábado, às 18.30, Bento XVI deslocou-se à Aula Paulo VI, no Vaticano,
para saudar e dirigir a palavra aos participantes no encontro sobre Nova Evangelização,
que se desenrolou ao longo do dia, sobre “A Palavra de Deus cresce e se difunde”.
Precedido pelas notas musicais do tenor italiano Andrea Bocelli, Bento XVI disse ter
apreciado o convite do Presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização,
D.Rino Fisichela, e mostrou-se optimista quanto ao crescimento e difusão da Palavra
de Deus no mundo.
Consciente de que tal como nos primeiros anos do cristianismo
também hoje não faltam obstáculos à difusão e crescimento da Palavra de Deus, o Papa
sublinhou que essa Palavra está sempre viva em cada momento da História, até aos nossos
dias, porque a Igreja a actualiza mediante a sua fiel transmissão, celebração dos
Sacramentos e o testemunho dos crentes. Por isso, afirmou, a nossa História está em
plena continuidade com a da primeira comunidade cristã, vive da mesma linfa vital.
No entanto, o homem contemporâneo vê-se muitas vezes confuso e não consegue
encontrar respostas a tantos interrogativos que agitam a sua mente e o seu coração
no que toca ao sentido da vida. O homem não pode fugir a essas interrogativos, não
pode viver numa única dimensão. Mas,, infelizmente é muitas vezes orientado para respostas
que o afastam do essencial da vida e não o conduzem à felicidade.
Não obstante
isso, Bento XVI acredita que a Palavra de Deus continua a crescer e a difundir-se.
E indica três razões fundamentais: em primeiro lugar porque a força da Palavra não
depende essencialmente de nós, mas sim de Deus, que esconde a sua potencia sob sinais
de fraqueza e se revela no madeiro da Cruz. É preciso acreditar e deixá-lo agir –
disse - indicando como segunda razão o facto de a semente da Palavra cair ainda hoje
num terreno fértil que a acolhe e dá frutos. Os novos evangelizadores são parte desse
terreno. No mundo, embora o mal faça mais barulho, o terreno fértil continua a existir.
O terceiro motivo é que o anuncio do Evangelho chegou realmente aos confins da terra
e mesmo no meio da indiferença, incompreensões e persecuções, muitos continuam ainda
hoje, com coragem, a abrir o coração e a mente ao convite de Cristo a encontrá-Lo
e a tornar-se Seu discípulo. Não fazem barulho, são como grãozinhos de mostarda que
se torna árvore.
Este fermento missionário que anima a Igreja não deve fazer
esquecer que Jesus não redimiu o mundo com belas palavras e meios vistosos, mas sim
com o sofrimento e a morte na cruz – advertiu Bento XVI - recordando quer ser evangelizadores
não é um privilégio, mas sim um empenho que provém da fé. Deixai-vos plasmar pela
graça de Deus, exortou os presentes. Sede sinais de esperança, capazes de olhar para
o futuro com a certeza que vem de Deus, que venceu a morte e nos deu a vida eterna.
O mundo de hoje precisa de novos evangelizadores, de pessoas que falem a Deus, para
poderem falar de Deus.
O Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização
foi criado, referiu Bento XVI, precisamente para ajudar a identificar as grandes questões
que agitam a sociedade e a cultura contemporâneas, para ajudar a Igreja na sua missão
especialmente no seio dos países de antiga tradição cristã que parecem ter-se tornado
indiferentes, ou mesmo hostis à Palavra de Deus. O mundo precisa de pessoas que anunciem
e dêem testemunho de que é Cristo que nos ensina a arte de viver.