2011-10-14 20:01:15

Sacerdote jesuíta egípcio: fanatismo não é verdadeiro Islã


Cairo (RV) - "Num momento em que a liberdade, dignidade, igualdade e democracia parecem metas distantes, os cristãos perdem novamente a esperança" – disse o sacerdote jesuíta Pe. Samir Khalil Samir, professor de Teologia e Islamologia no Pontifício Instituto Oriental, em Roma, sobre a tragédia dos cristãos coptas no domingo passado, no Cairo, capital do Egito.

Numa entrevista à fundação "Ajuda à Igreja que Sofre", o jesuíta sublinhou como os grupos fundamentalistas, sobretudo os do Salafismo, aproveitam a falta do poder governamental para conquistar com o uso da força seus fins políticos.

"Os seguidores locais do Salafismo são mais radicais do que os Irmãos Muçulmanos e nos últimos meses perpetraram violência contra cristãos e muçulmanos moderados. A violência de domingo passado foi terrível e entristeceu-me que o termo mártir tenha sido usado somente para os militares mortos e não para os numerosos coptas que também morreram" – frisou Pe. Samir.

"Espero que as vítimas não tenham morrido em vão e que as pessoas lutem contra um modelo inaceitável de sociedade" – disse ainda o sacerdote jesuíta. O religioso está otimista com as eleições de novembro próximo, mas reconhece que serão necessários vários anos para que os egípcios aprendam a democracia e a liberdade religiosa. "O fanatismo islâmico não é o verdadeiro Islã. Rezemos para que o sangue dos inocentes seja semente de justiça" – concluiu Pe. Samir (MJ)







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