"Pátio dos Gentios" para diálogo entre fiéis e agnósticos: balanço do Cardeal Ravasi
Cidade do Vaticano (RV) - O Presidente do Pontifício Conselho para a Cultura,
Cardeal Gianfranco Ravasi, de retorno de Bucareste, manteve na manhã desta sexta-feira,
no Vaticano, um encontro com jornalistas. O purpurado presidiu na capital da Romênia
– Sudeste da Europa – mais uma edição da iniciativa do seu dicastério, chamada "Pátio
dos Gentios".
No encontro com os jornalistas, o cardeal traçou um balanço dos
primeiros oito meses de trabalho dessa estrutura vaticana de diálogo entre fiéis e
agnósticos, e indicou algumas perspectivas.
Ademais, o Cardeal Ravasi anunciou
o lançamento do site interativo (que quer favorecer, também na rede, o diálogo e
o intercâmbio entre fiéis e agnósticos), e deu detalhes sobre a participação de um
grupo de agnósticos na Jornada de reflexão, oração e diálogo para a paz, programada
para o dia 27 deste mês.
O Presidente do Pontifício Conselho para a Cultura
explicou que convidar agnósticos para a comemoração do grande encontro inter-religioso
pela paz, realizado em Assis 25 anos atrás por iniciativa de João Paulo II, é um modo
para reiterar o nível da relação entre fé e razão, tão central no Magistério de Bento
XVI.
"A participação do grupo de agnósticos no encontro de Assis foi pessoalmente
querida pelo próprio Pontífice, que – durante uma reunião preparatória da Jornada
– anunciou essa participação e as suas motivações", comentou o Cardeal Ravasi.
O
purpurado falou do alto nível intelectual e da surpreendente participação de público
no encontro "Pátio dos Gentios", por ele presidido em Bucareste terça e quarta-feira
passadas, com o tema "Humanismo e Espiritualidade".
O próximo encontro do "Pátio
dos Gentios" terá lugar na cidade italiana de Florença, na próxima segunda-feira,
dia 17, com o tema "Humanismo e beleza, ontem e hoje".
Outro encontro está
previsto para os dias 14 e 15 de novembro próximo, a realizar-se em Tirana – na Albânia
– com o tema "Em que acredita quem não crê?".
"Os encontros – explicou o cardeal
fazendo um balanço dos primeiros meses de trabalho – são e serão sempre de um nível
médio-alto e qualificado de diálogo, e dedicados às profundas urgências do humanismo".
"Mas
não nos esqueçamos – acrescentou – que a situação culturalmente mais dramática é a
situação de um pseudo-ateísmo que, na realidade, é indiferença diante da religião.
É uma verdadeira doença das nossas sociedades, que preocupa também os intelectuais
agnósticos". (RL)