2011-10-14 17:39:16

Mauritânia: 20% da população é submetida a regimes de trabalho similares à escravidão


Bissau (RV) – Relatório da International Trade Unions Confederation (Ituc) – que é a maior confederação sindical do mundo – mostra a existência de trabalho escravo infantil na Guiné Bissau e na Mauritânia. Embora ambos os países tenham leis que protegem as crianças desse crime, os fatos mostram que isso não tem sido um impeditivo para que adultos explorem o trabalho infantil.

Na Mauritânia, por exemplo, a lei proíbe o trabalho a menores de 14 anos. Contudo, muitas crianças são mandadas ao trabalho muito cedo, grande parte das vezes em condições de escravidão. Os mais novos e as meninas, geralmente, são empregados no trabalho doméstico, com um regime de 10 horas por dia, enquanto os meninos são mandados às ruas para pedir esmolas, trabalharem na construção civil, nos ônibus ou em grupos criminosos. Nas zonas rurais, são mandados aos campos para trabalhos pesados ou com os animais, onde permanecem 16 horas todos os dias. Ficam expostos a diversas formas de violência, além do trabalho escravo.

Outra pesquisa da Ong Sos Slavery, datada de 2009, mostra que um quinto da população mauritana é submetida a diversas formas de regimes de trabalho similares à escravidão.

Na Guiné Bissau, a lei proíbe o trabalho aos menores de 16. Na prática, muitos são explorados em fazendas, na mineração e no setor da pesca. Segundo a Ituc, algumas crianças começam nas minas já com cinco anos de idade, por 16 horas diárias, todos os dias da semana.

Outro problema é o sequestro de crianças para depois serem levadas às ruas para mendigar ou atuar em grupos criminosos.

O problema econômico em muitos dos países da África ocidental tornou-se uma questão social e cultural, pois passou-se a considerar o trabalho infantil nas fazendas como um modo de formar o futuro adulto e garantir-lhe emprego. Muitas famílias, na Guiné Bissau, acreditam que mandar os filhos ao trabalho doméstico seja bom para o seu crescimento. Além do fato de que muitas crianças trabalham para pagar a sua educação religiosa. (ED)








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