Cidade do Vaticano (RV) – "Deus faz maravilhas na história dos homens." Em
síntese, esse foi o conteúdo da Audiência Geral, que reuniu esta quarta-feira na Praça
S. Pedro milhares de fiéis e peregrinos.
O Pontífice comentou o Salmo 126,
que nos fala do regresso a Jerusalém dos deportados na Babilônia, de homens que viveram
um profundo momento de crise e de sentimento de abandono. Eles superaram essa experiência
porque, não obstante as dificuldades da vida, mantiveram a esperança e a fé em Deus.
"Realizando
a salvação, Deus se revela a todos como Senhor potente e misericordioso, refúgio do
oprimido, que não esquece o grito dos pobres", disse o Papa.
Eis o resumo
da catequese feito por Bento XVI, em português, seguido da saudação aos peregrinos
de língua portuguesa: "Queridos irmãos e irmãs, o Salmo 126 celebra as grandes
coisas que o Senhor operou a favor do povo de Israel, e mais concretamente a sua libertação
do cativeiro de Babilónia e o regresso a Sião. Trata-se duma experiência tão bela
que lhes «parecia viver um sonho». As intervenções do Senhor tomam, por vezes, formas
inesperadas e proporções tão grandiosas que ultrapassam quanto podemos imaginar, suscitando
o júbilo e a admiração: «Grandes coisas fez por nós o Senhor»! E, enquanto celebram
com «expressões de alegria» a salvação recebida, a oração abre-se à súplica pelo restabelecimento
completo da sorte do povo de Deus. Em Jesus, no mistério da Cruz, a morte foi transformada
em vida, como o grão de trigo que se desfaz na terra para ressurgir espiga. Que o
Senhor nos conceda caminhar com Ele para a Casa do Pai, nossa verdadeira Pátria, cantando
as suas maravilhas em nossas vidas, como Maria: «O Todo-Poderoso fez em Mim maravilhas:
Santo é o seu nome»! Saúdo os diversos grupos de peregrinos vindos do Brasil e demais
participantes de língua portuguesa, cujos passos e intenções confio à Virgem Maria.
Este mês de Outubro convida-nos a perseverar na reza diária do terço; que, desta forma,
as vossas famílias se reúnam com a nossa Mãe do Céu, para cooperarem plenamente com
os desígnios de salvação que Deus tem sobre vós. Com afeto concedo-vos, a vós e aos
vossos familiares, a minha Bênção Apostólica".
Ao final da
Audiência Geral, o Papa fez um apelo em prol do Egito: "Estou profundamente entristecido
com os episódios de violência que foram cometidos no Cairo domingo passado. Uno-me
à dor das famílias das vítimas de todo o povo egípcio, dilacerado pelas tentativas
de ameaçar a coexistência pacífica entre as suas comunidades, que é, ao invés, essencial
proteger, sobretudo neste momento de transição".
Bento XVI exortou os fiéis
a rezarem para que essa sociedade desfrute de uma verdadeira paz, baseada na justiça,
no respeito da liberdade e da dignidade de todo cidadão. Além disso, apoia os esforços
das autoridades egípcias, civis e religiosas, em favor de uma sociedade na qual sejam
respeitados os diretos humanos de todos e, em especial, das minorias em benefício
da unidade nacional. (BF)