2011-10-11 12:14:01

Egito: Santa Sé expressa preocupação


Cairo, 11 out (RV) - Milhares de pessoas participaram nesta terça-feira no Cairo, no Egito, do funeral de 17 manifestantes mortos na manifestação reprimida violentamente no domingo.
A violência eclodiu quando um grupo de cristãos coptas se dirigia à sede da televisão para protestar contra a demolição, no final de setembro, de uma igreja na província de Aswan, no sul do Egito. Pelo menos 24 pessoas foram mortas e cerca de 200 ficaram feridas

Os 17 caixões foram carregados do Hospital copta, no centro da capital, até a catedral copta do Cairo, situada no distrito de Abbassiya.

As cenas do confronto preocuparam a comunidade internacional. A União Européia condenou a violência e pediu a realização imediata das eleições. Também expoentes da Igreja se pronunciaram. O Prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, Card. Leonardo Sandri disse se tratar de um fato "desolador, triste e angustiante".

O Cardeal fez votos de que esta primavera árabe seja verdadeiramente o prelúdio de uma paz desejada por todos, de democracia e de respeito da dignidade da pessoa humana, "para que se possa construir, neste grande país que é o Egito, uma sociedade na qual se possa viver em paz, com a esperança de um futuro seguro para todos".

Por sua vez, o Patriarca de Alexandria dos Coptas Católicos, Cardeal Antonios Naguib, expressou sua preocupação e, ao mesmo tempo, a esperança de edificar um Egito baseado sobre os direitos civis e a igualdade, sem nenhuma discriminação, principalmente religiosa. "Mais do que a pertença religiosa, é o programa político que importa, declarou o Patriarca ao Serviço de Informação Religiosa.

Já o diretor nacional das Pontifícias Obras Missionárias (POM) no Egito, Padre Nabil Fayez Antoun, condenou a violência dos militares ao reprimir uma manifestação pacífica: "São cenas que lembram aquelas ocorridas no início da revolução egípcia em janeiro último", disse à Agência Fides.

"Também os meios de comunicação divulgaram notícias descrevendo os cristãos como aqueles que agrediam os militares. Por este motivo, grupos de muçulmanos saíram pelas ruas e atacaram os cristãos que estavam reunidos diante do hospital onde estavam internados os feridos e onde estavam os corpos das pessoas mortas durante os conflitos", afirmou o diretor nacional das POM.

Segundo ele, a tensão nasce da lentidão para enfrentar os problemas e para se iniciar o julgamento dos crimes cometidos pelo antigo regime. "A aproximação das eleições do dia 28 de novembro próximo contribui para inflar os ânimos", acrescentou.

O grande imã, Ahmed al-Tayyeb, reitor da Universidade islâmica de al-Azhar e máxima autoridade da maioria muçulmana do Egito, solicitou encontros urgentes com os membros da chamada "Família egípcia", com o objetivo de conter a crise. O imã também contatou Papa Shenouda III, a máxima autoridade da Igreja Ortodoxa copta e Patriarca de Alexandria. (BF)







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