NICARÁGUA: COMUNICADO DOS BISPOS SOBRE AS PRÓXIMAS ELEIÇÕES
Manágua, 10 out (RV) – Palavras humildes, de amigos, pais e pastores. É o que
querem oferecer, como servos da Igreja, os Bispos da Nicarágua numa mensagem publicada
praticamente a menos de um mês das eleições de 06 de novembro. O objetivo é “alertar
sobre o sentido da responsabilidade dos leigos a estarem presentes na vida pública,
e mais especificamente na formação do consenso necessário e na oposição contra as
injustiças”.
Os prelados convidam, primeiramente, a votar e a manifestar,
assim, com o voto, através da serenidade e inteligência a força da verdade; mas lamentam
a não aceitação de alguns organismos, do exterior e do país, no sistema de monitoração
das eleições e criticam a manipulação da opinião pública por parte de alguns líderes
políticos através da mídia.
Os Bispos, em seguida, destacam a falta de confiança,
por parte de amplos setores sociais, em relação aos partidos políticos, que nem sempre
buscam os interesses coletivos; criticam os fato de violência que aconteceram durante
a campanha eleitoral, as anomalias na entrega dos certificados eleitorais; destacam
a falta de interesse, sobretudo dos jovens, em relação à política, também por causa
de projetos políticos pouco realistas ou voltados a privilegiar interesses pessoais.
Por causa destes fatores, há desconfiança por parte da população em relação às eleições.
Diante deste panorama, os Bispos esperam uma Nicarágua em que prevaleçam os
valores do respeito e da defesa da vida, e ainda a justiça, a verdade, a honestidade,
a transparência, o diálogo e a solidariedade, um governo que defenda e promova o bem
comum e ofereça oportunidades às famílias. Para a Nação, os Bispos nicaraguenses esperam,
ainda, um sistema sanitário de alta qualidade e acessível a todos e, depois, uma justa
Previdência Social, chamando à atenção, mais uma vez, para os imigrantes e pedem o
respeito da liberdade de culto, com a possibilidade de colaboração entre o governo
e a Igreja que não manipule ou ignore os valores cristãos.
Por fim, a Conferência
Episcopal exorta a votar após uma atenta avaliação das propostas dos partidos e dos
candidatos, porque as escolhas devem se basear em propostas que respeitem a dignidade
humana e os direitos fundamentais e convida os cristãos a não apoiar programas que
favoreçam o aborto e a eutanásia e que apresentam a família entre pessoas do mesmo
sexo. (SP)