Prémio Nobel da Paz atribuído a três mulheres africanas: duas liberianas e uma iemenita
O Prémio Nobel da Paz foi, nesta sexta-feira, atribuído em partes iguais a três mulheres
africanas ligadas à luta a favor dos Direitos Humanos, duas das quais liberianas e
uma de nacionalidade iemenita, anunciou o Comité Nobel norueguês. Segundo este
comité, as liberianas Ellen Johnson-Sirleaf e Leymah Gbowee e a iemenita Tawakkul
Karman foram galardoadas com este prémio «pela sua luta não violenta em favor da segurança
das mulheres e dos seus direitos de participarem no processo de paz». A liberiana
Johnson-Sirleaf, de 72 anos, foi a primeira mulher a ser eleita presidente em África,
ao passo que Gbowee teve um papel fundamental para acabar com a guerra na Libéria. Por
sua vez, a iemenita Tawakkul Karman teve, “nas mais difíceis circunstâncias, antes
e durante da Primavera Árabe, um papel de liderança na luta pelos direitos das mulheres
e pela democracia e paz no Iémen», acrescentou o Comité Nobel.
«Não podemos
chegar à democracia e à paz duradoura no mundo a não ser que as mulheres tenham as
mesmas oportunidades que os homens para influenciar os desenvolvimentos a todos os
níveis da sociedade», acrescentou o líder do comité para o Nobel da Paz, Thorbjoern
Jagland.
Os responsáveis pela atribuição do Nobel da Paz deste ano tinham
diante de si nada menos de 241 organizações e indivíduos candidatos propostos. Nesta
lista recorde de candidatos estavam a egípcia Esraa Abdel Fatah e a tunisina Lina
Mhenni, que tiveram um papel inspirador nas revoluções árabes através do uso de blogs,
Twitter e Facebook. O Twiiter e a cadeia de televisão al-Jazira faziam parte também
da lista, assim como Helmut Kohl e Angela Markel (pelo papel pacificador e unificador
na Europa do pós-guerra). Na corrida para o galardão estavam também Sima Sammar, do
Afeganistão, e a russa Svetlana Ganuskhina, também elas activistas dos Direitos Humanos.