COMO ATUA A IGREJA CATÓLICA NO CHIFRE DA ÁFRICA E A SITUAÇÃO ATUAL DA REGIÃO
Cidade do Vaticano, 07 out (RV) – Ao meio dia de hoje, na Sala João Paulo II
– Sala de Imprensa da Santa Sé – realizou-se uma Coletiva de Imprensa para informar
e atualizar, por parte do Pontifício Conselho Cor Unum junto a alguns dos principais
organismos caritativos, sobre a situação e a atuação da Igreja no Chifre da África.
Falaram o Presidente desse Organismo Vaticano, Cardeal Robert Sarah, o Secretário
do Cor Unum, Dom Giovanni Pietro Dal Toso, o Bispo de Djibouti e Administrador Apostólico
ad nutum Sanctae Sedis de Mogadíscio (Somália), o Secretário Geral da Caritas Internacionalis,
Michel Roy, e o Presidente da Catholic Relief Services, Kenneth F. Hackett.
O
Cardeal Sarah começou a sua fala ressaltando que esta é uma questão muito cara ao
Santo Padre, que desde julho faz apelos pela população atingida pela seca na região,
voltando a fazê-lo nesta última quarta-feira durante a Audiência Geral. Em seguida,
ressaltou que as Igrejas locais têm forte atuação nessa questão, oferecendo acolhimento
e assistência às vítimas, principalmente na Somália, Quênia, Etiópia e Djibouti.
O
purpurado informou que o Papa, através do Cor Unum, sustentou esse esforço enviando
400 mil dólares nas primeiras intervenções. Além disso, em diversos países, foram
feitas coletas especiais nas igrejas, entre os quais Itália, Alemanha, Suiça, França,
Irlanda e outros.
O Presidente do Organismo Vaticano reiterou o compromisso
de continuar somando esforços para dar assistência às populações em emergência no
Chifre da África e pediu aos fiéis que não esqueçam desses irmãos que estão passando
por essas provações. O Cardeal ainda chamou atenção para um problema que será consequência
de toda essa catástrofe natural – a seca prolongada e extrema - e humanitária, ou
seja, o que acontecerá com todas essas pessoas vagam de campo em campo buscando sobrevivência,
sem estudar e sem poder construir nada de concreto para as suas vidas. “Os milhões
de desabrigados de hoje – disse – amanhã serão refugiados, clandestinos, despatriados,
pessoas sem uma casa, sem uma comunidade. Um geração inteira está correndo risco de
ser perdida”.
E aí o purpurado ressaltou a importância da educação como elemento
integrador: “onde há escolas, onde há educação, há um futuro possível, haverá um trabalho,
se formarão famílias”. E o seu novo apelo foi “esforcemo-nos na construção de escolas
– superada essa emergência, devemos investir na formação das pessoas”.
Atualmente
são 13 milhões de pessoas no Chifre da África precisando de assistência humanitária
urgente. Vamos aos números dessa catástrofe: Somália, 4 milhões de pessoas em uma
população de 7 milhões e meio; Etiópia, 4 milhões e meio em uma população de 80 milhões
mais 280 mil refugiados; Quénia, 3 milhões 750 mil pessoas em uma população de 40
milhões mais 560 refugiados; Djibouti, 147 mil pessoas do total populacional de 885
mil mais 19 mil refugiados.
A Igreja Católica está presente no Chifre da África
com suporte financeiro do Papa através do Cor Unum, de organizações católicas internacionais,
coleta internacional de fundos, dioceses locais, Caritas, Manos Unidas, Ordem de Malta,
Jesuit Refugee Services, além de Ordens e Congregações religiosas.
E como
todas essas Instituições colaboram? Com ajuda alimentar e suplementos nutricionais
para crianças, barracas, medicamentos, primeiros socorros, água potável, higiene,
saúde, além de assistência médica e psicológica.
Quanto às esperanças para
a região, pensa-se que, se as chuvas de outono forem boas, a situação irá melhorar,
mas vai precisar de muito tempo para que as famílias desabrigadas sejam realocadas
e atendidas, para que os viveiros e as criações de animais sejam recuperadas e para
que a agricultura se restabeleça. (ED)