"80 ANOS DA RÁDIO DO PAPA": LIVRO CONTA A HISTÓRIA DOS 80 ANOS DA RÁDIO VATICANO

Cidade do Vaticano, 04 out (RV) - No aniversário de 80 anos de fundação da Rádio Vaticano, uma coletiva de imprensa apresentou a obra de Fernando Bea e Alessandro de Carolis intitulada “Oitenta Anos da Rádio do Papa”. Na Aula Magna da Universidade LUMSA, em Roma, falaram o Diretor Geral da Rádio Vaticano, Pe. Federico Lombardi, o Administrador Delegado das Ferrovias do Estado, Engenheiro Mauro Moretti, e o Diretor da Livraria Editora Vaticana, Prof. Pe. Giuseppe Costa, bem como o Vice-Diretor da Rádio Rai, Sergio Valzania.

Esta é uma história que começou em 1931, no dia 12 de fevereiro, com a primeira sede da Rádio Vaticano sendo inaugurada pelo Papa Pio XI. Essa estação foi construída dentro dos muros do Estado da Cidade do Vaticano. É que, logo após o tratado de Latrão, em 1929, o Pontífice encarregara Guilherme Marconi, cientista italiano inventor do rádio, de construir uma estação de rádio. A ideia era que a Igreja Católica pudesse comunicar-se com o maior número de países possível de modo mais livre, já que os regimes totalitaristas de então restringiam a sua liberdade de expressão.

No início da II Guerra Mundial, a Rádio Vaticano transmitia, regularmente, em nove línguas diferentes. E durante esse período, a Rádio do Papa constituiu um importante meio de informação livre. Foram mais de um milhão e 200 mil mensagens transmitidas em sei anos, em mais de 12 mil horas de transmissões.

Com o domínio comunista no Leste Europeu e o aumento da repressão ao mundo católico, foram necessários transmissores mais potentes para se chegar aos fiéis daqueles países, e aí construiu-se o Centro de Transmissões de Santa Maria de Galeria, inaugurado em 1957. Aí a voz do Papa chegou também à África, à América Latina e à Ásia. Durante o Pontificado de João XXIII, as informações sobre o Concílio Vaticano II foram transmitidas em 30 línguas diferentes. E, para isso,a Rádio ganhou uma nova sede, no Palazzo Pio, onde estamos até hoje.
A Rádio cresceu, a cobertura jornalística ficou cada vez mais ampla, viagens internacionais dos pontífices ganharam cobertura completa e a tecnologia foi sendo atualizada com o passar dos anos.

E o Programa Brasileiro nisso tudo? Nós temos hoje 53 anos de atividade junto à Rádio do Papa, comemorados em 12 de março, à serviço da Igreja Católica, anunciando a Boa Nova do Evangelho.

A obra “Os 80 anos da Rádio do Papa” é composta por dois volumes e começou a ser escrita há muito tempo. É que o primeiro volume deveria ter sido lançado em 13 de maio de 1981, para comemorar os 50 anos da Rádio Vaticano. Porém, exatamente nesse dia, João Paulo II sofreu o atentado, e o lançamento do livro nunca aconteceu. Agora, reinserido nesse trabalho mais amplo, que abrange os 80 anos de funcionamento da Rádio, vemos aí “a obra mais completa sobre tema”, conforme afirmou na Coletiva de Imprensa de hoje o Diretor da Editora Vaticana.

A presença de Moretti, Administrador das Ferrovias do Estado, relembrou, através de suas próprias palavras, as duas maiores preocupações do Papa Pio XI naquele longínquo 1931, ou seja, a criação de um ferrovia e de uma estação de rádio para o Estado Vaticano. Dois meio de comunicações diversos, de abrangências e carater diferentes, mas que ligavam a sede da Igreja Católica aos seus fiéis espalhados pelo mundo.

O Diretor Geral da Rádio Vaticano, Pe. Federico Lombardi, iniciou sua apresentação dizendo que “80 anos é uma bela idade” e é “uma ocasião para se refletir sobre como se cumpriu até aqui a missão da Rádio, ou seja, a de ser uma comunicadora a serviço da Igreja Católica, levando a Palavra de Jesus ao maior número de pessoas possível. Para tanto, “devemos cultivar uma criatividade livre”, disse Pe. Lombardi, ressaltando que hoje, a Rádio Vaticano é mais que uma Rádio, pois expandiu-se às novas mídias, fazendo largo uso da Internet, por exemplo, e das novas tecnologias.

“É mais que um livro que conta a história de uma Rádio, é, sim, uma obra que nos traz um recorte da história contemporânea e a história da comunicação”, ressaltou o Vce-Dretor da Rádio Rai, Sérgio Valzania.

A apresentação da obra foi concluída com grande beleza pelo seu autor, De Carolis, parafraseando Pe. Pascoale Borgomeo, ex-Diretor Geral da Rádio Vaticano: “se me perguntassem se a Rádio Vaticano pode fazer muita coisa – disse ele -, eu diria: se olharmos nossa força, eu direi não, se olharmos a grandeza da nossa missão, eu direi sim”. (ED)