FRANÇA: IGREJA CATÓLICA LANÇA DOCUMENTO SOBRE ELEIÇÕES
Paris, 04 out (RV) – Vida por nascer, final de vida, família, educação, crise,
imigração, laicidade. São 13 os pontos a serem debatidos antes das próximas eleições
presidenciais de 2012, isto é quando a França será chamada a escolher o presidente
da República e os representantes do povo no Parlamento. Manifestam-se pela primeira
vez os Bispos franceses que na manhã de ontem, durante uma coletiva, em Paris, com
a presença do Presidente da Conferência Episcopal da França, Card. André Vingt-Trois,
apresentaram um documento assinado pelo Conselho Permanente da mesma Conferência sobre
as eleições.
O texto – 6 páginas – inicia com a constatação da crise que está
atingindo não só a França, mas a Europa inteira, afirmando que “os efeitos da crise
financeira mundial que se acentuou em 2008, está longe de ser resolvida”. Mas – acrescentam
em seguida os bispos -, “como cristãos devemos ter confiança: as crises que atravessam
as sociedades humanas podem ser ocasião de renovação e de experiências que orientam
para um novo futuro. Não devem, portanto, nos impedir de assegurar sempre e em cada
circunstância o respeito por toda pessoa humana, uma atenção especial pelos mais fracos,
o desenvolvimento da cooperação com outros países e a busca da justiça e da paz com
todos os povos”.
Este documento – continua o episcopado francês – visa apresentar
aos eleitores uma série de “pontos que nos parecem importantes visando as próximas
eleições”. “A cada cidadão, a cada um de vós – escrevem -, compete a tarefa de examinar
os programas e os projetos dos partidos e dos candidatos e avaliar se suas plataformas
são coerentes ou não com a sociedade em que desejamos viver”.
Os primeiros
três dos 13 pontos apontados pelo Episcopado francês são a vida por nascer (“o aborto
não pode jamais ser apresentado como um solução para as mães em dificuldade”); a família
(“A família, fundamentada sobre a união do homem e da mulher, deve ser ajudada economicamente
e defendida, porque através dos filhos que ele educa está em jogo o futuro e a estabilidade
da própria sociedade”); a educação (“uma educação justa implica a liberdade e a responsabilidade
dos pais e a transmissão de todos os saberes essenciais”).
Outro ponto apontado
no documento francês são os bairros das periferias das cidades, porque – lê-se – “lugares
cada vez mais violentos e onde prospera o tráfico ilegal”. Os Bispos consideram que
“uma política puramente repressiva não será suficiente para resolver os problemas
mais profundos” e pede “iniciativas para ajudar a população a compreender a sociedade
em que vive e a se sentir parte integrante”. E depois sublinham o ponto que interessa
o “fim da vida”, destacando que “toda pessoa, qualquer que seja sua idade, situação
e saúde, deficiência física e doença, mantém sempre sua dignidade”. (SP)