2011-10-03 15:46:41

TENSÃO E PROTESTOS NO PAQUISTÃO APÓS ASSASSINO SER CONDENADO À MORTE


Cidade do Vaticano, 03 out (RV) – Manifestações violentas de grupos islâmicos estão sendo registradas em todo o país depois que Mumtaz Qadri, assassino do governador Salman Taseer, foi condenado à morte.

O governador lutou para defender Asia Bibi, cristã condenada à morte injustamente por blasfêmia. Ele também defendeu a mudança nos artigos do Código Penal que constituem a assim chamada “lei de blasfêmia”. Os protestos, relatam fontes da agência Fides, deixam alarmados os cristãos do país e, em particular, Asia Bibi.

Ontem, grupos radicais e partidos religiosos saíram em marcha em Karachi, Lahore e Rawalpindi contra o governo e contra o juiz que condenou Qadri, que é chamado de “heroi islâmico”, “verdadeiro guerreiro do Islã”. A “Aliança para defender o Profeta” (Tahaffuz-e-Namoos-e-Risalat), constituída de uma rede de grupos islâmicos extremistas, declarou que a condenação teve “motivos políticos” e pediu a anulação imediata da sentença.

O líder muçulmano Tehreek Sarwat Ijaz Qadri, ao estigmatizar a sentença, disse: “o tribunal não ouviu o Alcorão e a Suna. Recorreremos à Alta Corte”. A rede considera Qadri “um homem cheio de luz, porque matou quem defendia a revogação da ‘lei da blasfêmia’. Um verdadeiro muçulmano como ele não poderia suportar sentir qualquer coisa contra o amado Profeta Maomé. A blasfema cristã Asia Bibi terá o mesmo destino”.

Contudo, o juiz que emitiu a sentença, Pervez Syed Ali Shah, agora corre perigo de vida e é escoltado pela polícia. Fontes da agência Fides recordam que há muitos anos um juiz em Punjab, que tinha declarado inocentes dois jovens cristãos acusados de blasfêmia, foi morto por um fanático. Padre Francesco Saverio, sacerdote da diocese de Lahore, declarou: “mesmo se Tasseer tivesse feito qualquer coisa contra a lei, deveria ter sido processado no tribunal e não assassinado barbaramente. Ainda de acordo com a lei islâmica, teria direito a um processo, com acusação e defesa”.

O Bispo anglicano Dom Alexander Maalik disse à Fides: “sou contra a pena de morte: ninguém há o direito de matar um outro semelhante. Mas, às vezes, é necessário tomar decisões audazes, para poder assegurar o estado de direito e afirmar que ninguém está acima da lei”.

Haroon Barkat Masih, presidente da “Masihi Foudation”, organização que defende Asia Bibi, explicou à Fides: “A nossa Constituição nos garante liberdade de opinião. Se digo que a lei da blasfêmia é imoral e deveria ser revogada, qualquer um poderia impunemente me matar? (RB)








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