Fátima, 03 out (RV) - A Igreja tem de falar a linguagem do homem moderno, se
quer ser entendida. Esta foi uma das mensagens que o Presidente do Pontifício Conselho
das Comunicações Sociais, Dom Claudio Maria Celli deixou no último sábado nas Jornadas
da Comunicação Social, em Fátima, no seu discurso sobre a “Era Digital e comunicação
na Igreja Católica”. “A Igreja deve dialogar com esta cultura digital originada pelas
novas tecnologias. Necessitamos fazer este diálogo, porque é o diálogo com o homem
de hoje, cuja vida está marcada, transformada por estas tecnologias. Tenho de falar
uma linguagem que o homem e a mulher de hoje entendam. Uma coisa é falar com uma criança
de 10 anos, outra é falar com um homem de 40 ou com um homem de 60, são momentos distintos
da vida, e a minha linguagem deve sintonizar-se com a experiência humana, com as exigências,
os desejos, os sofrimentos, as alegrias de cada momento da vida. Esta é uma das grandes
tarefas da Igreja”, afirmou.
O presidente Conselho Pontifício para as Comunicações
Sociais disse ainda, que o tema escolhido pelo Papa para o próximo Dia Mundial das
Comunicações é “Silêncio e Palavra: caminho de evangelização”. Dom Claudio Maria Celli
explicou que Bento XVI e a Igreja se preocupam com o lado “humano” e não apenas tecnológico
da nova “cultura digital”. Daí que o Papa quer alertar, desta vez, para a importância
do silêncio que o Homem moderno tanto receia, mas que é fundamental para a própria
comunicação que hoje tem demasiado “ruído”.
“O Santo Padre quer convidar-nos
a compreender que a comunicação deve ter sempre uma dimensão humana. O Papa pede que
a comunicação, com ou sem tecnologia, seja uma comunicação profundamente humana e
é indiscutível que se exija um silêncio”, afirmou. Dom Claudio Maria Celli acrescenta
que “hoje em dia as pessoas têm medo do silêncio porque é um silêncio vazio e não
é disto que o Papa quer falar. Quer falar de um coração do homem e mulher que procuram
o silêncio para se encontrarem a si mesmos, para se conhecerem a si mesmos, mas, ao
mesmo tempo, para ter uma dimensão de abertura face ao outro, para que o outro possa
entrar no meu coração e eu o possa conhecer mais profundamente”. (SP)