DIA MUNDIAL DO HABITAT: URBANIZAÇÃO E MUDANÇAS CLIMÁTICAS EM PAUTA
Nova York, 3 out (RV) – Hoje, segunda-feira, celebra-se o Dia Mundial do Habitat,
neste ano dedicado ao tema “Cidade e Mudança Climática”. Por essa ocasião, o Secretário-Geral
das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, publicou uma mensagem, na qual afirma que “a conexão
entre urbanização e mudanças climáticas é real e potencialmente mortal”.
Esse
Dia foi instituído pela Onu, em 1985, para ser celebrado a cada primeira segunda-feira
de outubro. O Secretário chama a atenção para a coincidência de que, neste ano, a
comemoração caiu exatamente no mês em que se calcula que nascerá, na Índia, o bebê
que vai fazer-nos somar 7 bilhões de pessoas sobre a Terra.
Ban falou ainda
sobre os índices previstos para 2050, que falam em um aumento da população mundial
em 50% em relação a 1999. E exatamente para 2050, temos de cumprir o compromisso de
já ter abaixado em 50% os níveis de emissões de gás de efeito estufa.
Ressaltou
também a mudança de nível dos oceanos. Segundo Ban, hoje, 60 milhões de pessoas vivem
em cidades um metro abaixo do nível do mar, mas, até o final do século, serão 130
milhões. Isso somado ao aumento do nível dos oceanos, que põe em risco cidades como
Cairo, Nova York, Karachi, Calcutá, Belém, New Orleans, Xangai, Tóquio, Lagos, Miami
e Amsterdã, por exemplo, pode se transformar numa catástrofe de proporções imensas.
Ban relembrou que a urbanização estará na ordem do dia durante a Conferência
da Onu Rio+20, em 2012, no Rio de Janeiro.
E ainda hoje, um grupo de relatores
das Nações Unidas afirmou que o Dia Mundial do Habitat não traz motivos de muita celebração,
uma vez que cerca de 30% de todos os moradores do planeta vivem em assentamentos informais,
como favelas.
O comunicado foi assinado pela relatora para o Direito à Moradia
Adequada, Raquel Rolnik, e pelo relator sobre Deslocados Internos, Chaloka Beyani,
segundo os quais, geralmente, as comunidades carentes estão em áreas com sérios riscos
ambientais e de outros gêneros.
Em entrevista dada à Rádio ONU, a relatora
Raquel Rolnik comentou a situação de alguns moradores no Rio de Janeiro e em São Paulo
que estão sofrendo ameaças de remoção por causa das obras para a Copa do Mundo no
Brasil.
“A preparação do Brasil para a Copa do Mundo nem sempre tem respeitado
o direito à moradia adequada, principalmente daqueles moradores de assentamentos informais.
Não estão sendo respeitados o direito à informação, o direito à participação dessas
comunidades e tampouco estão sendo respeitadas as alternativas de reassentamento adequado”.
(ED)