Nairóbi, 29 set (RV) - Líderes das Igrejas cristãs no Quênia se reuniram ontem
para uma homenagem a Wangari Maathai, primeira mulher africana a receber o prêmio
Nobel da Paz, falecida no último domingo, aos 71 anos, em um hospital de Nairóbi.
Maathai
era reconhecida pelo seu empenho em favor da proteção do meio ambiente, a promoção
da democracia e da paz.
“Espero que o seu espírito seja seguido por outros.
Ela era uma pessoa muito disponível que queria que os outros vivessem em paz e harmonia”
- disse Dom Boniface Lele, arcebispo católico de Mombasa, em declarações à agência
ENInews.
O moderador da Igreja Presbiteriana da África Oriental, David Gathanju,
referiu por sua vez, que Wangari Maathai “ofereceu-se mental e fisicamente para salvar
a criação de Deus através dos seus esforços de conservação”.
O arcebispo anglicano
Benjamin Nzimbi lembrou “uma líder forte e consistente, em especial no cuidado pelo
meio ambiente”. “As Igrejas e outras organizações receberam enormes benefícios com
o seu trabalho, que deixa lições-chave para o mundo” - acrescentou.
Maathai
foi fundadora do Green Belt Movement (Movimento Cinturão Verde) no Quênia, através
do qual as mulheres em comunidades rurais plantam árvores para aumentar a sua qualidade
de vida. Através da criação de viveiros de árvores e plantações, estas mulheres garantem
maior acesso à água potável além de fornecer mais lenha para cozinhar. Ela foi a primeira
mulher africana e a primeira ambientalista a ganhar o Prêmio Nobel da Paz (2004).
Desde que foi criado, o Movimento Cinturão Verde foi responsável pelo plantio
de cerca de 45 milhões de árvores na África e ajudou 900.000 mulheres a criar viveiros.
(CM)