PAPA RECORDA MOMENTOS DA VIAGEM À ALEMANHA DURANTE A AUDIÊNCIA GERAL
Cidade
do Vaticano, 28 set (RV) – Bento XVI destacou na Audiência Geral desta quarta-feira,
na Praça de São Pedro, os principais momentos de sua Viagem Apostólica à Alemanha.
Sobre o discurso no Bundestag, o Parlamento alemão, Bento XVI sublinhou que esta foi
a primeira vez que um papa ocupou aquela tribuna e que acolheu o convite com muita
satisfação.
“Naquela ocasião eu quis expor o fundamento do direito e do livre
Estado de direito, isto é, a dimensão de cada direito, colocado pelo Criador nos próprios
seres de sua criação”.
Bento XVI recordou ainda, diante de milhares de fiéis
de todo o mundo, da celebração ecumênica realizada em Erfurt, cidade onde Martinho
Lutero entrou para a Ordem dos Agostinianos e recebeu a ordenação sacerdotal. O Papa
ressaltou também o caráter ecumênico de sua passagem pela Alemanha.
“Vimos
novamente quanto é importante o nosso testemunho comum da fé em Jesus Cristo no mundo
de hoje, que muitas vezes ignora Deus ou não se interessa por Ele. É bom que façamos
um esforço comum no caminho para a plena unidade, mas sejamos sempre conscientes que
não podemos ‘fazer’ nem a fé nem a unidade tanto desejada. Uma fé criada por nós mesmos
não tem nenhum valor, e a verdadeira unidade é um dom do Senhor, que pregou e sempre
pregará pela unidade dos seus discípulos. Somente Cristo nos pode doar essa unidade,
e seremos sempre mais unidos à medida que tornemos a Ele e nos deixemos transformar
por Ele”.
Bento XVI relembrou ainda seu encontro, também em Erfurt, com as
vítimas de abusos sexuais cometidos por religiosos, às quais, disse o Papa, “asseguro
meu pesar e minha solidariedade ao sofrimento”.
A Missa no Estádio Olímpico,
em Berlim, e as demais celebrações, sempre com a presença de muitos jovens, levou
o Papa a descrever a Alemanha.
“Estou feliz por ter visto que a fé em minha
pátria alemã tem um rosto jovem, que está viva e tem um futuro. No sugestivo rito
da luz transmiti aos jovens a chama do círio pascal, símbolo da luz que é Cristo e
a eles disse: ‘vocês são a luz do mundo’”.
No final, o Papa resumiu seu discurso
em língua portuguesa.
“Foi com profunda gratidão a Deus e real confiança no
futuro da Igreja que regressei da minha Pátria Alemã, depois da terceira visita que
lá efetuei como Sucessor de Pedro. A todos, fui repetindo: ‘Onde há Deus, há futuro’!
Nos vários encontros e colóquios, nas celebrações em geral, mas particularmente na
Eucaristia com o povo de Deus, era possível ver de novo como é Deus que dá à nossa
vida o sentido mais profundo, a verdadeira plenitude; mais ainda, que só Deus dá a
todos nós um futuro. Assim, no Parlamento federal, recordei que a democracia e a liberdade
nada têm a temer de Deus, princípio de todo o bem; antes, está n’Ele o suporte fundamental
para uma estável convivência dos homens na paz e na justiça. Por isso, quantos crêem
em Deus – e, por maior força de razão, todos os cristãos – devem unir as suas forças
na única tarefa verdadeiramente urgente e necessária: dar Deus ao mundo de hoje, que,
frequentemente, O ignora ou se desinteressa d’Ele. É que não há futuro sem Deus!
Amados
peregrinos de língua portuguesa, cordiais saudações para todos vós, de modo especial
para os fiéis de Piracicaba e Belo Horizonte, de Bauru e Apucarana: convido-vos a
olhar com confiança o vosso futuro em Deus. Com a graça de Cristo, sois capazes de
levar ao mundo o fogo do amor de Deus. Sobre vós e vossas famílias desça a minha Bênção”.
(RB)