2011-09-28 12:15:37

ARGENTINA: IGREJA FAZ APELO À SOCIEDADE EM GERAL


Buenos Aires, 28 set (RV) – Quem tem autoridade e poder pode utilizá-los para satisfazer o próprio ego, também contra o bem do outro, ou de maneira positiva, ajudando o próximo necessitado e comprometendo-se na construção do bem comum. É o que defende o Bispo de San Isidro e Presidente da Comissão da Pastoral Social da Conferência Episcopal Argentina, Dom Alcides Jorge Pedro Casaretto, dirigindo-se aos líderes políticos, sindicais, grupos juvenis de atuação social, movimentos e associações eclesiais, por ocasião da XI Assembleia nacional, que se realizou na estruturas do Santuário de Nossa Senhora de Lujan. O encontro ocorreu durante o evento de formação e reflexão, inserido no programa pelo Bi-centenário da Argentina na justiça e na solidariedade 2010-2016.

Dom Casaretto – informa o jornal vaticano L’Osservatore Romano – apresentou pontos de reflexão sobr e o delicado tema da “participação política voltada à transformação social, ao bem das pessoas e da sociedade”. O prelado sublinhou o risco, infelizmente muito comum, de uma ação política e social que cada vez mais vai caindo na mediocridade e se apresenta incapaz de enfrentar os reais problemas das pessoas, colocando-se não ao serviço do bem comum, mas de interesses pessoais e corporativos. A gestão do poder político é a dedicação ao bem comum, que é “o bem de todos e de cada um”, num contexto em que “somos todos responsáveis por todos”, como apontava João Paulo II na encíclica “Sollicitudo rei socialis”.

À luz destes princípios – destacou Dom Casaretto – o compromisso pela ética pública é inseparável do compromisso ético na vida pessoas; isto é deve-se rejeitar a lógica da máscara, que una “vícios particulares e virtudes públicas”. A credibilidade do político deve ser medida a partir de sua efetiva fidelidade aos valores proclamados (primeiros entre eles a defesa da vida, a família, a educação). Os políticos são estão ao serviço do poder alcançado por este ou aquele partido que venceu as eleições, mas do povo. Eles, portanto, devem estar perto das pessoas, ouvir os problemas, ser voz das instâncias de justiça e dos deveres da caridade.

A dialética política – exortou o prelado – deve sempre estar subordinada à busca das convergências possíveis para “trabalhar juntos ao serviço do bem comum”. Por este motivo, são exigidos a co-responsabilidade e o diálogo mais que as contraposições inspiradas a interesses pessoais ou de grupo. E ainda, é indispensável aceitar a escala necessária para se alcançar as metas. A lógica populista do “tudo e agora” muitas vezes motivou promessas não mantidas.

Para o Bispo deve ser considerado como objetivo do próprio serviço político também o bem dos adversários políticos, que não são “inimigos a serem eliminados, mas garantia de confronto crítico para um melhor discernimento dos próprios caminhos a fim de se chegar ao bem comum”. É necessário atuar para entrar nesta lógica. Compete à Igreja não indicar estratégias técnicas para resolver os problemas das pessoas, mas a formação das consciências, “a formulação de uma ética de compromisso político que, inspirando-se no Evangelho, não pode não se aliar aos mais pobres e aos que não tem voz”. Compete aos católicos – concluiu Dom Casaretto – arregaçar as mangas, evitando se refugiar num deletério intimismo de fé para “unir a celebração com a vida, a ação com a contemplação, o compromisso eclesial com aquele político”. (SP)








All the contents on this site are copyrighted ©.