2011-09-24 10:53:30

PAPA CELEBRA MISSA EM ERFURT: "A FÉ É SEMPRE UM ACREDITAR JUNTO COM OS OUTROS"


Erfurt, 24 set (RV) – Continua a viagem Apostólica de Bento XVI à Alemanha, que tem como lema "Onde estiver Deus, há futuro." É a sua 21ª viagem apostólica internacional e a terceira à Alemanha, sua terra natal.

Na manhã deste sábado o Santo Padre celebrou a Santa Missa na Praça da Catedral de Erfurt com a presença de 50 mil fiéis.

No início de suas palavras o Papa citou o trecho do Evangelho de hoje “Louvai o Senhor em todo o tempo, porque Ele é bom”. Sim, - disse - temos verdadeiramente motivos para agradecer a Deus com todo o coração. Nesta cidade, se recuarmos com o pensamento até 1981, o ano jubilar de Santa Isabel, há trinta anos – eram os tempos da República Democrática Alemã –, quem teria imaginado que o muro e o arame farpado nas fronteiras cairiam poucos anos depois? E, se recuarmos ainda mais – cerca de setenta anos – até 1941, até ao tempo do nacional-socialismo, quem seria capaz de predizer que o chamado «Reich milenário» ficaria reduzido a cinzas apenas quatro anos mais tarde?

Bento XVI recordou ainda que a Turíngia, na República Democrática Alemã teve de suportar uma ditadura «pardacenta» [nazista] e uma «vermelha» [comunista], cujo efeito sobre a fé era parecido com o que tem a chuva ácida. Desse tempo, há ainda muitas consequências tardias a debelar, sobretudo no âmbito intelectual e religioso!

Todos nós estamos convencidos de que a nova liberdade ajudou a dar à vida dos homens uma dignidade maior e a abrir novas e variadas possibilidades. Mas estas possibilidades trouxeram-nos também um crescimento na fé?, perguntou-se o Papa. Não será talvez preciso procurar as raízes profundas da fé e da vida cristã noutra realidade bem diversa da liberdade social? Houve muitos católicos resolutos que permaneceram fiéis a Cristo e à Igreja, precisamente na difícil situação de uma opressão exterior. E o Papa citou a pastoral dos refugiados imediatamente depois da II Guerra Mundial: então muitos clérigos e leigos realizaram grandes coisas para atenuar a penosa situação dos prófugos e dar-lhes uma nova Pátria.

Bento XVI não deixou de recordar o Santos desta terra, afirmando que o seu testemunho de fé pode, também hoje, dar-nos a coragem para um novo despertar.

“Aqui pensemos sobretudo nos Santos Padroeiros da diocese de Erfurt: Isabel da Turíngia, Bonifácio e Kilian. Isabel veio de um país estrangeiro, da Hungria, para Wartburg na Turíngia. Levou um vida de intensa oração, associada com a penitência e a pobreza evangélica. Regularmente, descia do seu castelo até à cidade de Eisenach para lá cuidar pessoalmente dos pobres e dos doentes. Foi breve a sua vida nesta terra – chegou apenas à idade de vinte e quatro anos –, mas o fruto da sua santidade foi imenso. Santa Isabel goza de grande estima também entre os cristãos evangélicos; pode ajudar-nos a todos a descobrir a plenitude da fé transmitida e a traduzi-la na nossa vida diária”.

Que têm em comum estes Santos? Perguntou o Papa. Como podemos descrever a faceta particular da sua vida, tornando-a fecunda para nós? Sim, os Santos mostram-nos que é possível e que é bom viver, de modo radical, a relação com Deus, colocando Deus no primeiro lugar e não como uma realidade entre as outras. E falou sobre o que é a fé:

“Essencialmente, a fé é sempre também um acreditar junto com os outros. O fato de poder crer devo-o, antes de mais nada, a Deus que Se dirige a mim e, por assim dizer, «acende» a minha fé. Mas, de um modo muito concreto, devo a minha fé também àqueles que vivem ao meu redor e que acreditaram antes de mim e acreditam juntamente comigo. Este «com», sem o qual não pode haver qualquer fé pessoal, é a Igreja”.

Os Santos, apesar de serem poucos, mudam o mundo destacou ainda o Papa concluindo suas palavra recordando o sino da catedral de Erfurt que se chama «Glorioso». É considerado o maior sino medieval do mundo que oscila livremente. É um sinal palpável do profundo enraizamento na tradição cristã, do povo da Turíngia mas também um sinal para nos pormos a caminho empenhando-nos na missão. O referido sino tocou hoje no fim da Missa solene.

Após a Santa Missa o Papa deixou a cidade de Erfurt, e se transferiu para Friburgo, no, sul do país, última etapa desta primeira visita oficial a seu país. Ainda neste sábado o encontro com os representantes das Igrejas Ortodoxas e a Vigília de oração com os jovens na Feira de Friburgo.

Amanhã, domingo, Bento XVI preside a Santa Missa na esplanada do aeroporto de Friburgo. (SP)







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