2011-09-24 14:16:33

Autoridades israelitas e palestinianas instadas a retomarem as negociações de paz . Presidente da Autoridade Palestiniana, pediu na ONU reconhecimento do Estado palestiniano


(24/9/2011) O Quarteto para o Médio Oriente instou as autoridades israelitas e palestinianas a retomarem as negociações de paz e a atingirem um acordo final em 2012.
"Dentro de um mês haverá uma reunião preparatória entre as partes para estabelecer a agenda e o método da negociação", apontou o Quarteto, composto por Estados Unidos, Rússia, União Europeia e Organização das Nações Unidas, em comunicado divulgado pela agência Efe.
"Dentro de três meses esperamos ver progressos significativos em matéria de fronteiras e de segurança e dentro de seis meses uma aproximação para que depois possa haver um acordo final", apontou a responsável da política externa da União Europeia, Catherine Ashton.
Sexta-feira à tarde, na Assembleia-Geral das Nações Unidas, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que pretende "estender a mão" aos palestinianos para uma paz "justa e duradoura", e sugeriu um encontro imediato com o líder da Autoridade Palestiniana na sede da organização.
Antes, o presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, defendeu que é tempo para uma "primavera palestiniana", numa altura de "primavera árabe", ao discursar na Assembleia-Geral da ONU.
O Presidente da Autoridade Palestiniana, entregou ao secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, o pedido de adesão às Nações Unidas de um Estado palestiniano, o que significaria o seu reconhecimento.
O pedido estava dentro de uma pasta com a águia que é o símbolo da Palestina e a cerimónia teve lugar minutos antes de Abbas discursar perante a Assembleia Geral da ONU, que decorre em Nova Iorque (EUA). No momento em que o presidente da Autoridade Palestiniana se aproximou do pódium, para discursar, foram muitos os delegados que se levantaram para o aplaudir.
No discurso, Abbas lembrou aos países membros que, há um ano, a ideia do reconhecimento do Estado palestiniano motivara uma vaga de optimismo e adesão - como que a dizer que este é o momento de cobrar essa reacção. Prosseguiu acusando Israel de continuar a ocupação, de continuar a construir colonatos e de não querer "negociar de acordo com o direito internacional".
Na quarta-feira, também na ONU, o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, considerara que o pedido seria o passo errado. Defendeu que não há "atalhos" no processo de paz com Israel e no reconhecimento do estado palestiniano, e que este pedido é "ilusório".
Obama e Abbas reuniram em Nova Iorque, mas do encontro nada saiu que abrandasse os receios de estalar uma crise diplomática na ONU – os membros estão divididos mas têm alguma margem de manobra uma vez que a resposta ao pedido palestiniano pode levar várias semanas a surgir – e com temidas repercussões de violência no Médio Oriente.
Cinco países sinalizaram já a sua intenção de votar favoravelmente esta adesão: Brasil, China, Líbano, Rússia e África do Sul. Os palestinianos precisam de pelo menos nove votos positivos, dos 15 membros do Conselho para ver as suas ambições confirmadas. E, acima de tudo, precisam que não haja veto por parte de qualquer dos cinco membros permanentes – algo com que claramente não podem contar, dada a posição assumida pelos Estados Unidos de que usará esse direito para bloquear a iniciativa palestiniana.
O Presidente francês, Nicolas Sarkozy, apresentara uma solução de compromisso: que a Assembleia Geral da ONU (onde os Estados Unidos não têm direito de veto) conceda aos palestinianos o estatuto de Estado não membro das Nações Unidas (têm actualmente o estatuto de entidade observadora) e determine um calendário para as negociações. A proposta dividiu os países membros.








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