Autoridades israelitas e palestinianas instadas a retomarem as negociações de paz
. Presidente da Autoridade Palestiniana, pediu na ONU reconhecimento do Estado palestiniano
(24/9/2011) O Quarteto para o Médio Oriente instou as autoridades israelitas e palestinianas
a retomarem as negociações de paz e a atingirem um acordo final em 2012. "Dentro
de um mês haverá uma reunião preparatória entre as partes para estabelecer a agenda
e o método da negociação", apontou o Quarteto, composto por Estados Unidos, Rússia,
União Europeia e Organização das Nações Unidas, em comunicado divulgado pela agência
Efe. "Dentro de três meses esperamos ver progressos significativos em matéria
de fronteiras e de segurança e dentro de seis meses uma aproximação para que depois
possa haver um acordo final", apontou a responsável da política externa da União Europeia,
Catherine Ashton. Sexta-feira à tarde, na Assembleia-Geral das Nações Unidas,
o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que pretende "estender a
mão" aos palestinianos para uma paz "justa e duradoura", e sugeriu um encontro imediato
com o líder da Autoridade Palestiniana na sede da organização. Antes, o presidente
da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, defendeu que é tempo para uma "primavera
palestiniana", numa altura de "primavera árabe", ao discursar na Assembleia-Geral
da ONU. O Presidente da Autoridade Palestiniana, entregou ao secretário-geral
das Nações Unidas, Ban Ki-moon, o pedido de adesão às Nações Unidas de um Estado palestiniano,
o que significaria o seu reconhecimento. O pedido estava dentro de uma pasta com
a águia que é o símbolo da Palestina e a cerimónia teve lugar minutos antes de Abbas
discursar perante a Assembleia Geral da ONU, que decorre em Nova Iorque (EUA). No
momento em que o presidente da Autoridade Palestiniana se aproximou do pódium, para
discursar, foram muitos os delegados que se levantaram para o aplaudir. No discurso,
Abbas lembrou aos países membros que, há um ano, a ideia do reconhecimento do Estado
palestiniano motivara uma vaga de optimismo e adesão - como que a dizer que este é
o momento de cobrar essa reacção. Prosseguiu acusando Israel de continuar a ocupação,
de continuar a construir colonatos e de não querer "negociar de acordo com o direito
internacional". Na quarta-feira, também na ONU, o Presidente dos Estados Unidos,
Barack Obama, considerara que o pedido seria o passo errado. Defendeu que não há "atalhos"
no processo de paz com Israel e no reconhecimento do estado palestiniano, e que este
pedido é "ilusório". Obama e Abbas reuniram em Nova Iorque, mas do encontro nada
saiu que abrandasse os receios de estalar uma crise diplomática na ONU – os membros
estão divididos mas têm alguma margem de manobra uma vez que a resposta ao pedido
palestiniano pode levar várias semanas a surgir – e com temidas repercussões de violência
no Médio Oriente. Cinco países sinalizaram já a sua intenção de votar favoravelmente
esta adesão: Brasil, China, Líbano, Rússia e África do Sul. Os palestinianos precisam
de pelo menos nove votos positivos, dos 15 membros do Conselho para ver as suas ambições
confirmadas. E, acima de tudo, precisam que não haja veto por parte de qualquer dos
cinco membros permanentes – algo com que claramente não podem contar, dada a posição
assumida pelos Estados Unidos de que usará esse direito para bloquear a iniciativa
palestiniana. O Presidente francês, Nicolas Sarkozy, apresentara uma solução de
compromisso: que a Assembleia Geral da ONU (onde os Estados Unidos não têm direito
de veto) conceda aos palestinianos o estatuto de Estado não membro das Nações Unidas
(têm actualmente o estatuto de entidade observadora) e determine um calendário para
as negociações. A proposta dividiu os países membros.